Rio - Após três anos, o Fluminense decidiu encerrar o seu projeto na Eslováquia. Recheado de críticas ao longo do período, principalmente pelos gastos num momento de grave crise financeira, o Flu-Samorín terá mais seis meses de vida. O diretor da base tricolor, Marcelo Teixeira, confirmou ao Globoesporte.com o fim da aventura na Europa.
Criado para aproveitar jogadores da base, o Flu-Samorín começou na Terceira Divisão da Eslováquia e conseguiu subir para a Série B no primeiro ano, com o objetivo de participar de alguma competição europeia a partir de 2020. Entretanto, o acesso à Primeira Divisão não veio e o convívio com atrasos salariais foi constante, sendo que a situação se complicou ainda mais em 2018. Além disso, o retorno financeiro - havia esperança de aumentar a vitrine para o futebol europeu - não foi o esperado.
A discussão sobre o fim do projeto teve início na temporada passada, mas a diretoria decidiu mantê-lo mesmo com a grave crise financeira. A promessa era conseguir patrocinadores interessados em bancar os gastos. Mas o dinheiro não apareceu e o Fluminense, mesmo em dificuldades, foi obrigado cumprir com os gastos ao longo de 2018. Agora, decidiu-se pelo encerramento, mas no contrato há a obrigação de se ficar mais seis meses, até o fim da temporada europeia, e também quitar as dívidas que ainda existem. Os dirigentes tricolores pretendem comunicar oficialmente o STK Samorín ainda esta semana.
O projeto, de maneira geral, pouco contribuiu para o futebol profissional e trouxe um custo estimado de R$ 10 milhões. As revelações da base, apesar da experiência na Europa, não conseguiram espaço no Fluminense. Nomes como Peu e Luquinhas, por exemplo, não convenceram e praticamente não tiveram chances dentro do elenco sendo novamente mandados para a Eslováquia, onde ficarão nos próximos seis meses, ao lado de Diogo e Gabriel Capixaba. Do atual grupo tricolor com Fernando Diniz, apenas Igor Julião e Luiz Fernando passaram pelo Flu-Samorín.
Outro motivo de muitas críticas foi o gasto. Apesar de a diretoria tricolor alegar que o custo era muito baixo, inferior até a salários como os de Gum, o Fluminense chegou a desembolsar 65 mil euros (cerca de R$ 279 mil) por mês. Na época, Igor Julião fazia parte do projeto e já tinha salário mais alto por ter jogado nos profissionais. Nos dias de hoje, com quatro atletas e mais membros da comissão técnica, o Tricolor desembolsará cerca de 65 mil reais por mês até junho.
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