Publicado 30/09/2021 14:39
Rio - Em entrevista ao portal "NETFLU", o ex-médico do Fluminense, Michael Simoni, criticou a abertura do processo movido pelo atacante Pedro, do Flamengo, contra o Tricolor. O jogador cobrava uma dívida de mais de R$ 2 milhões em valores atrasados.
No entanto, o juiz Marco Antônio Belchior da Silveira, da 14ª Vara do Trabalho, do Rio de Janeiro, acatou o valor de R$ 1,1 milhão, referentes a verbas rescisórias, 13º salário, férias, FGTS, multas e reconhecimentos da natureza salarial de luvas e bichos. Por outro lado, não aceitou os pedidos de indenização de trabalho por acidentes de trabalho, danos morais e exclusão do clube carioca do ato trabalhista.
O médico Michael Simoni comentou sobre o processo de recuperação do atleta, quando ainda atuava pelo Fluminense. Além disso, ressalta o esforço do departamento médico do Tricolor e destaca que o Tricolor esteve ao lado do jogador em todos os momentos.
"Ajudei muito o Pedro na época. Eu tinha um cargo de coordenador de projeto de saúde, era um colaborador do Fluminense, na verdade. Acompanhei o atleta na cirurgia, pagamos o salário, o ajudei nesse sentido a definir a cirurgia, estive com ele nesse momento. O empenho do Filé foi incrível, dedicou o tempo todo para ele recuperar. O Fluminense pagou o salário dele e depois que ele voltou aumentou o salário. O clube teve um comportamento muito digno. Então, na época em que aconteceu isso, eu fiquei muito chateado, falei com ele inclusive, que não era uma maneira certa de sair do clube", disse o médico Michael Simoni, em entrevista ao NETFLU.
"As outras coisas que ele estava pedindo (na ação), eu não tenho nada contra. Se o clube deve, tem que pagar, é de direito, uma questão profissional. Agora, colocar acidente de trabalho? Dessa forma coloca no chão tudo o que o departamento médico do Fluminense e o clube fizeram por ele naquela época. Quem operou ele na época foi o Luiz Antônio, que é um cara que trabalhava comigo. Houve essa decisão, o Douglas Santos (médico do Fluminense) estava presente. Tudo foi bem alinhado. Então não precisava ter colocado “acidente de trabalho” na ação. E eu protestei na época. E mais grave ainda: se o juiz desse esse precedente para um jogador de futebol, acabaria o futebol. Toda hora que você se machucar seria acidente de trabalho. Imagine… se um um cara rompe um ligamento cruzado, tem um estiramento muscular ou uma entorse vai e processa o clube. Iria acabar o futebol. O que me chateou é que não foi justa a atitude deles em relação a parte de saúde", completou Simoni, em entrevista ao portal NETFLU.
"Não foi justo, nem coerente por tudo que foi feito por ele do ponto de vista de saúde e financeiro. A lei diz que se um funcionário para durante duas semanas, poderia colocar para receber pelo INSS. Se ele ganha uma ação como essa de acidente de trabalho, o clube poderia falar que agora toda vez que alguém se machucasse e ficasse esse período ou mais fora, poderia receber pelo INSS. Por isso desabafei nas redes sociais. Seria um precedente ruim para os próprios jogadores também", concluiu o ex-médico do Fluminense, Michael Simoni, em entrevista ao portal NETFLU.
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