Por pedro.logato
Rio - Vestir a farda de segundo sargento da Marinha não estava nos planos de Bruno Schmidt. Mas ele não se incomoda. E até gosta! Campeão mundial de vôlei de praia e já convocado para disputar a Olimpíada ao lado do parceiro Alison Cerutti, ele não vê problemas em trocar o calção e a camiseta de competição para ajudar a propagar os valores pregados pelas Forças Armadas.
A disciplina militar, por exemplo, não é novidade para Bruno. Filho de um capitão de mar e guerra, estudou em colégios militares e conviveu com diversas patentes ao longo de toda sua vida. Para ele, é natural essa integração das Forças Armadas com o esporte de alto rendimento.
Bruno faz parte do grupo de atletas que estão no programa de alto rendimento das Forças ArmadasDivulgação

“Isto é muito comum em todo o mundo. Todos saem ganhando, os atletas e as Forças Armadas”, diz. E Bruno sabe bem do que está falando. Graças ao patrocínio que recebe da Marinha, consegue ter ainda melhores condições de treinamento. “A Marinha me dá suporte em tudo que preciso. A estrutura de fisioterapia do Cefan, por exemplo, é de altíssimo nível”, elogia, fazendo referência ao Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes, no Rio.

Vivendo em Vila Velha (ES), Bruno tem outros patrocinadores — Furnas, Red Bull e Under Armour —, que lhe dão tranquilidade na preparação. Mas ele destaca o apoio fundamental das Forças Armadas, especialmente para atletas que ainda não conseguiram resultados expressivos e não contam com outras formas de financiamento.

Bruno Schmidt faz dupla com AlissonReprodução Instragram

“Imagina a situação daquele atleta humilde de caratê, do Pará, que não tem patrocinador para dar a estrutura de treinamento que ele precisa. Neste aspecto, o programa das Forças Armadas é muito importante”, exalta.

RESPEITO AO CALENDÁRIO

As obrigações militares dos atletas, que nem são tantas, não assustam Bruno Schmidt. “A contrapartida é levar o nome das Forças Armadas, o que é muito importante para nosso País. Quando não há conflito com treinos ou competições, tenho o maior orgulho de participar de eventos militares”, explica.

O cavaleiro João Victor Oliva%2C filho da ex-jogadora Hortência%2C também faz parte do grupo de atletas militaresReprodução Internet

Existe por parte das Forças Armadas uma óbvia preocupação com o desempenho nos Jogos Mundiais Militares — não houve vôlei de praia na edição do ano passado, na Coreia do Sul. Mas há um enorme respeito pelo ciclo olímpico e o calendário de preparação do atleta.