Por fabio.klotz

Rio - Robert Scheidt é um especialista na classe Laser: foram dois ouros, em Atlanta-1996 e Atenas-2004, além de uma prata, em Sydney-2000. Depois, em dois ciclos olímpicos na Star, em parceria com Bruno Prada, ele conquistou uma prata e um bronze e viu a modalidade ser extinta do programa dos Jogos em 2012. Assim, decidiu voltar à Laser que lhe deu tantas alegrias e, aos 43 anos, mostra a receita do sucesso para conquistar a sexta medalha.

Especialista na classe Laser%2C Robert Scheidt mira a sexta medalha no RioDivulgação

“São seis dias de competição. É diferente de atletismo, da natação, em que você vai na eliminatória de manhã e na final à tarde. São 11 etapas e não adianta ganhar duas provas e ser o 25º nas duas do dia seguinte. No caso da Laser, que são 43 barcos, uma média de sétimo lugar deu o título no Mundial do ano passado”, lembra.

“Tem que ter isso em mente, manter a regularidade. Se, em cada regata você ficar entre os dez primeiros, certamente brigará por uma medalha”, acrescenta.

Scheidt diz chegar aos Jogos sem a pressão de ser o favorito: “A diferença não é grande (entre os competidores). Em todas as Olimpíadas em que fui, exceto Pequim, fui como favorito à medalha de ouro. Com 23 anos eu era favorito. Se chegasse assim agora, teria um pouco mais de peso, sim, mas não mudaria a forma de eu velejar. Talvez eles (rivais), que chegam como favoritos, sintam um pouco mais de responsabilidade.”

O bicampeão olímpico diz estar tranquilo: “Ganhei do Nick Thompson (britânico, atual campeão mundial da categoria) aqui, em janeiro, e as armas estão lá. O que importa é a execução agora.”

Velejador mais velho de sua categoria, Scheidt fez uma preparação mais apurada para os Jogos do Rio e quer mostrar sua boa forma aos concorrentes mais jovens.

“Mantive uma doutrina espartana de sono. Todo dia dormia na mesma hora. Alimentação, preparação física, treinamento, muitas viagens, muito tempo longe da família e tudo o que envolve para chegar bem. O principal foi ter muito mais cuidado com corpo na parte de alimentação, sono e recuperação entre um treino e outro”, conta.

Ele já tem planos para o fim dos Jogos ao lado da mulher, Gintare Volungeviciute, que buscará a medalha para a Lituânia na Laser Radial: “O que seria legal depois da Olimpíada era tirar umas férias em família. Uma viagem com filhos, passar muito tempo junto, sem olhar no relógio para ter que começar o treino.”

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