Por pedro.logato

Rio - Fortíssimo candidato para vencer três provas na canoagem de velocidade nos Jogos do Rio, Isaquias Queiroz não se intimida com a pressão. Pelo contrário. Esbanjando confiança, o baiano se diz pronto para colocar de vez o nome da cidade natal, Ubaitaba, no topo do mundo.

“Estou concentrado e não sinto pressão, nem pelo fato de ser uma Olimpíada e nem por ser em casa. Desculpe a palavra, mas dane-se! Vou fazer minha parte, treinar, competir e dar o melhor”, prometeu o canoísta durante a apresentação para os Jogos.

Isaquias Queiroz superou a falta de um rim aos 10 anosReprodução Facebook

Sem falsa modéstia, Isaquias encara seu favoritismo com muita naturalidade. “Tenho chance nas três provas. No C1 (caiaque individual) dos 1.000 metros, C1 200 e C2 (caiaque duplo) 1.000. Chances iguais ou um pouco mais. No C2 1.000 metros vai ter o Erlon de Souza, que tem andado muito bem. E no C1 1.000 metros vou ter muito trabalho com o alemão Sebastian Brendel, que é o atual campeão olímpico e muito bom. Tenho de me esforçar cada dia mais. Mas acho que as medalhas vão vir e, se Deus quiser, vão ser douradas. Basta continuar o treinamento”, aposta o atleta, que se orgulha de ter no currículo três ouros e três bronzes em Campeonatos Mundiais: Duisburg-2013 (categoria C-1 500 metros), Moscou-2014 (C-1 500) e Milão-2015 (C-2 1000).

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Para subir ao pódio e cumprir a promessa, Isaquias garante que aprendeu muito com os erros passados. No Mundial de Canoagem de Moscou, em 2014, ele liderou boa parte da prova do C1 1.000 mas a 50 metros da linha de chegada perdeu o equilíbrio e deixou a canoa virar perdendo o ouro para Sebastian Brendel. No Mundial do ano passado, na Itália, errou feio na saída, mas conseguiu salvar o bronze.

“O C1 200 é uma prova que eu não posso errar, como errei na saída do Mundial em 2015 e fiquei com o bronze. É uma prova curta e não tem tempo de recuperação. Se errar, perde a medalha ali”, garante.

Mais experiente, apesar dos jovens 22 anos, Isaquias garante estar pronto para chegar ao topo do esporte e parar de nadar contra a corrente da vida. Apesar da pobreza extrema vivida na infância, e de até ter perdido um rim aos 10 anos, ao cair de uma árvore, ele nunca deixou de sonhar.

Isaquias Queiroz chega credenciado aos JogosReprodução Facebook

“O pessoal achava que eu não ia muito longe pelo fato de só ter um rim, mas mostrei que não tenho problema nenhum e sou campeão mundial com um rim só. Vai muito da vontade do atleta querer e sempre tive essa vontade”, garante.

A vontade de vencer foi embalada nas águas do Rio das Contas, onde ele aprendeu a remar aos 11 anos. Exatamente 11 anos depois, o filho ilustre de Ubaitaba, que em tupi-guarani significa “Cidade das Canoas,” está perto de fazer história. “De Ubaitaba para o mundo e com fé em Deus para ganhar essas medalhas e mostrar que a canoagem do Brasil está crescendo”, profetiza o canoísta baiano. Amém!

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