Por edsel.britto

Brasília - Da atmosfera de festa antes da partida às vaias da torcida no fim do jogo. Rodeada de expectativa, a estreia do Brasil na Olimpíada em busca do ouro inédito no futebol foi desanimadora. Jogando com um a mais na maior parte do segundo, a Seleção se mostrou incompetente na hora de criar jogadas e esbarrou no nervosismo para não sair do 0 a 0 nesta quinta-feira, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

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Com maior posse de bola e total domínio das ações ofensivas, o Brasil viu o trio ofensivo formado por Gabigol, Gabriel Jesus e Neymar se enrolar na hora de armar as jogadas e serem poucos efetivos durante a maior parte do jogo. Em poucos lances de vacilo da defesa da África do Sul, o ataque brasileiro parou na boa atuação do goleiro Khune. 

Pouco inspirado e bem marcado%2C Neymar não conseguiu produzir e ajudar o Brasil a vencer a África do SulEfe

Com todos os times do grupo empatados com um ponto, no próximo domingo o Brasil volta a campo também no Mané Garrincha para enfrentar o Iraque, às 22h. Já a África do Sul sai satisfeita com o empate contra os donos da casa e no mesmo estádio e dia encara a Dinamarca, às 19h.

O JOGO

Diante de um Mané Garrincha em sua maior parte ocupado, o Brasil deu o pontapé inicial nesta quinta-feira a busca pelo sonho do ouro inédito na Olimpíada contra a África do Sul. Empurrado pela torcida, a Seleção buscou tomar a iniciativa no ataque, mas os visitantes mostraram que queriam estragar a festa dos donos da casa. Logo aos 3, Dolly recuperou o passe errado de Marquinhos no meio-campo e lançou para Mothiba, que já dentrou da área, dividiu com Weverton e não conseguiu finalizar. Foi o primeiro susto para zaga brasileira.

Com dificuldades em furar o muro levantado pelos africanos a frente do gol, o Brasil tinha dificuldades na troca de passes a partir da intermediária ofensiva e ainda levava sustos quanto os visitantes recuperavam a bola e saíam em velocidade no contra-ataque. somente aos 28, que a Seleção efetivamente colocou o goleiro Khune para trabalhar. Em jogada pela esquerda, Neymar cortou rápido para o meio e chutou para boa defesa do arqueiro africano.

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Dois minutos depois, Gabigol teve grande chance de inaugurar o placar. Após lindo lançamento, o camisa 9 entrou livre nas costas da zaga, mas acabou trombando com o goleiro Khune e não finalizou. Na sobra, Felipe Anderson aproveitou que o arqueiro estava fora da meta e bateu para o meio da área procurando Neymar, mas a zaga se antecipou e afastou o perigo.

Apesar da maior posse de bola, o Brasil pouco assustava o goleiro Khune e não conseguia pressionar a África do Sul. Com ousadia e aproveitando os espaços, os africanos chegavam com perigo ao gol de Weverton, principalmente pelos pés de Dolly, camisa 10 e capitão da equipe, em chutes de longa distância.

Também com chutes de longe, a Seleção passou a arriscar um pouco mais na partida. Em nova finalização de Neymar, o goleiro africano trabalhou mais uma vez para evitar o primeiro gol. E foi só na primeira etapa. Com muitas dificuldades, o Brasil pouco mostrou em 45 minutos e ouviu algumas vaias da torcida em Brasília, na saída do campo.

Na volta para o segundo tempo, o Brasil seguiu com dificuldades em criar chances no ataque. Com inteligência, a África do Sul aproveita os contra-ataques e os espaços deixados pela Seleção para buscar o seu gol. Aos 9, Dolly, o melhor jogador em campo, cruzou para achar Mothiba, sozinho, cabecear para defesa de Weverton. Mas em menos de quatro minutos, o panôrama mudou para o Brasil. Após duas entradas violentas, Mvala acabou sendo expulso aos 14.

Com mais espaço, o Brasil passou a pressionar ainda mais os africanos, que passaram à apenas se defender. Aos 24, a melhor chance da Seleção no jogo. Após tabela de Luan e Neymar, o atacante do Grêmio invadiu a área e passou para Gabriel Jesus, em posição de impedimento, chutou na pequena área, já sem goleiro, na trave. A partir da daí, o goleiro Khune passou a ser o protagonista do jogo. Aos 30, Neymar lançou gabigol dentro da área cara a cara com o goleiro da África do Sul, que cresceu na frente do camisa 9 e evitou o gol.

Apesar do domínio na posse de bola e a vantagem numérica em campo, o Brasil não conseguiu transformar a dominação em chances reais de gol. Bem postados na defesa, a África do Sul conseguia neutralizar as jogadas de ataque da Seleção e se mostravam satisfeitos com o empate por 0 a 0. Capitão e principal estrela da equipe, Neymar demonstrava qual era o sentimento do time: raiva e desepero. O craque do Barcelona discutia e muito com os africanos a cada lance no fim da partida. 

FICHA TÉCNICA

BRASIL x ÁFRICA DO SUL

Estádio: Mané Garrincha
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (ESP)
Gols:
Cartões Amarelos: Mvala (África do Sul) e Thiago Maia, Marquinhos (Brasil)
Cartões Vermelhos: Mvala (África do Sul)

BRASIL: Weverton, Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos (William); Thiago Maia, Renato Augusto (Rafinha) e Felipe Anderson (Luan); Gabriel Jesus, Neymar e Gabigol.; Técnico: Rogério Micale

ÁFRICA DO SUL: Khune, Mobara, Mathoho, Coetzee e Modiba; Mvala, Mekoa e Motupa; Masuku (Morris), Mothiba e Dolly; Técnico: Owen da Gama

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