Por luis.araujo

Rio -  Maior revelação do tiro com arco brasileiro, Marcus Vinícius D’Almeida, de apenas 18 anos, despediu-se definitivamente dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 nesta terça-feira, no Sambódromo. Apesar do apoio da torcida, que compareceu em bom número, o brasileiro não foi páreo para o norte-americano Jake Kaminski, medalhista de prata por equipes em Londres 2012, e acabou derrotado por 6 x 2 na rodada 1/32 do torneio.

O sentimento do arqueiro após o revés, no entanto, não era de decepção. “Não saio daqui frustrado, não saio daqui com a cabeça baixa. Só me dá mais gás para treinar e cada vez mais mostrar que o tiro com arco pode ser grande aqui no Brasil”, disse. 

O sentimento do arqueiro após o revés, no entanto, não era de decepçãoAdriano Vizoni/NOPP

Sentindo a diferença de luz e vento em relação à área de aquecimento, Marcus começou mal o confronto, fazendo apenas cinco pontos no primeiro tiro da tarde. Atirando para 10-9-9 o americano marcou os dois primeiros pontos e ganhou confiança para o decorrer do embate. O brasileiro chegou a empatar a partida, com a boa série de 10-8-10 no segundo set, mas Kaminski se recuperou nas duas etapas seguintes e repetindo tiros de 10-10-9 no 3º e 4º sets, venceu o confronto.

O carioca, no entanto, projeta voltar mais forte em Tóquio 2020. “Essa Olimpíada foi  importante para mim, porque consegui desfrutar dela ao máximo. Acho que daqui a quatro anos eu posso ser uma nova pessoa com essa experiência”, idealizou. 

Agora, a única representante brasileira no torneio é Ane Marcelle Gomes dos Santos, que conquistou o melhor resultado do tiro com arco brasileiro na história ao se classificar para as oitavas de final. O próximo confronto de Ane é no dia 11 de agosto, às 10h18, contra a britânica Naomi Folkard.

Marcus começou mal o confronto, fazendo apenas cinco pontos no primeiro tiro da tardeAdriano Vizoni/NOPP

Investimento

Modalidade com pouca tradição no país, o tiro com arco viu novos resultados surgirem a partir de grandes investimentos do Ministério do Esporte. Marcus Vinícius, por exemplo, recebe a Bolsa Atleta desde 2012 e hoje é beneficiado na categoria Pódio. O atirador já alcançou resultados expressivos, como a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim, e medalhas de prata nas etapas de Lausanne e de Cali da Copa do Mundo, em 2014, além de um bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto e do ouro no Mundial cadete, em 2015.

A modalidade teve, ainda, ao longo do atual ciclo olímpico, dois atletas contemplados com a Bolsa Pódio, somando um investimento de R$ 269 mil. Já na Bolsa Atleta, o aporte totalizou mais de R$ R$ 3,3 milhões entre 2012 e 2015 na concessão de 239 bolsas, nas categorias base, nacional, internacional e olímpica.

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