Por pedro.logato

Rio - Ágatha diz que foi uma subida degrau a degrau, sem pular etapas. A dupla que começou sua trajetória no qualifying do Circuito Brasileiro de vôlei de praia em 2011 cresceu aos poucos, ganhou projeção no cenário internacional, tornou-se campeã mundial em 2015 e garantiu vaga nos Jogos do Rio. Uma jornada que foi coroada com uma medalha olímpica, a de prata, com direito a bater, na semifinal, as americanas Walsh e Ross, na Arena de Copacabana.

“Nossa trajetória é muito linda, foi degrau a degrau mesmo. A gente não pulou etapa. Começamos como o 24º time do qualifying do Circuito Brasileiro. A Bárbara estava na Turquia e não tinha pontuação nenhuma no circuito. A partir dali foi realmente ano a ano. Em 2012, jogamos o Circuito Mundial, não tínhamos tanta grana e ficamos três meses na casa de uma amiga na Suíça, jogando os torneios que a gente podia jogar. Em 2013, fomos campeãs brasileiras”, recorda a paranaense Ágatha.

Ágatha e Bárbara aumentam a coleção de medalhas do Brasil no vôlei de praiaJúlio César Guimarães / Uol / NOPP

No caminho até 2016, Ágatha e Bárbara não atuaram juntas no Circuito Mundial de 2013. No sistema de seleções adotado anteriormente, as formações originais das duplas poderiam ser alteradas. “Em 2013, nosso time foi separado porque houve a seleção brasileira dentro do vôlei de praia. A Bárbara jogou com a Lili e eu joguei com a Maria Elisa”, conta Ágatha.

Quando o formato original das parcerias voltou a ser mantido, elas puderam brigar juntas pela classificação para a Rio-2016. Larissa e Talita se garantiram através da corrida olímpica enquanto Ágatha e Bárbara foram indicadas pela CBV para ficar com a segunda vaga do Brasil entre as mulheres, deixando Juliana e Maria Elisa fora da disputa no Rio.

"O ano de 2015 foi sensacional. Conquistamos a Copa do Mundo na Holanda, fomos campeãs do Circuito Mundial, consideradas o time do ano pela Federação Internacional e ainda conquistamos a vaga olímpica. Foi um ano muito incrível nas nossas carreiras”, recorda Ágatha, de 33 anos de idade.

JOGO ÉPICO NA SEMIFINAL

No Rio, um dos momentos marcantes da campanha que as levou à final olímpica foi a vitória sobre Walsh e Ross. “Foi um jogo épico. Mas, antes de ver quem está do outro lado, nós temos o foco no que precisamos fazer. Nosso time se blinda muito nessas questões de favoritismo. A gente sabia que as americanas formam um time muito forte, que teríamos que dar nossos 300%. Mas conseguimos, com muita calma e lucidez, neutralizá-las”, destaca Bárbara.

LADO POSITIVO

Na final, as brasileiras foram derrotadas pelas alemãs Laura Ludwig e Kira Walkenhorst. Mas garantem terem dormido com a sensação de serem vitoriosas por estarem com uma medalha no peito. Ágatha contou que, por conta da adrenalina da decisão, só foi dormir às 6h30, enquanto Bárbara pegou no sono um pouco antes, às 5h.

“Tudo é a visão de cada um. O copo pode estar meio vazio ou meio cheio. A gente dormiu pensando e acreditando na nossa conquista. Estamos muito felizes por isso”, garantiu Ágatha.

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