Por gabriela.mattos

Rio - Nem a eliminação das quartas de final da Seleção Brasileira ontem no handebol masculino mudou o clima de Fla x Flu das arenas e ruas quando a disputa é com a França. As medalhas de ouro de Thiago Braz no salto com vara em cima do favorito Renaud Lavillenie e de Robson Conceição sobre Sofiane Oumiha no boxe e o bronze de Poliana Okimoto após desclassificar Aurelie Muller animaram os torcedores. Além da seleção masculina de vôlei, que superou a francesa conquistando vaga para as quartas de final. A torcida a favor do Brasil envolve até um chef francês e uma atriz franco-brasileira.

“Agora só falta a moda pegar e o atleta do boxe e todos os outros franceses que perderam começarem a culpar a torcida”, brinca o militar José Luiz Pereira Melo, 51 anos, enquanto toma café em uma padaria da Lapa. “Nada melhor do que comer um pão francês para começar bem o dia e ainda tirar onda”, alfineta o morador de São João da Barra, que está no Rio para a Olimpíada.

Luiz Pereira saboreia pão francês em padaria da Lapa%3A ‘Nada melhor’Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Já a francesa Isabelle Gibert que assistiu a vitória de Thiago Braz no estádio torce o nariz: “A torcida brasileira confundiu o salto com vara com futebol. Poderiam ter feito mais silêncio”, reclama, ao visitar os Arcos da Lapa com o marido e o filho. A família vive em Paris e frequenta o Arco do Triunfo.

Gilson Martins, da marca de bolsas homônima, diz que os franceses são seus principais clientes – só perdem para os japoneses. “O que não pode ter é falta de respeito e vaiar o esportista na hora do hino. Porque aí entra no departamento da falta de noção”, opina.

Há 38 anos morando no país, o francês Claude Troisgros é brasileiro na hora de torcer: “Passei mais da metade da minha vida aqui. O Brasil me acolheu de braços abertos e torço por ele em todos os sentidos”. Para franceses entrarem no clima da brincadeira, a atriz Françoise Forton dá a dica: “Um docinho de abóbora com coco e um pulo na quadra da Mangueira para comer feijoada e sambar. Vão ser felizes, mais leves. A Olimpíada passa, a vida segue.”

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