Rio - Foi dada a largada. A partir das 15h de hoje até o dia 18, o público vai curtir mais uma maratona cultural com intervenções artísticas e shows gratuitos nos boulevards olímpicos do Centro e de Campo Grande. A expectativa é atrair pelo menos 50 mil pessoas por dia durante os 12 dias da Paralimpíada. No Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, nomes como Preta Gil, Valesca Popozuda, MC Sapão, Projota, Belo e Pixote vão marcar presença, sempre a partir das 19h.
Na Praça Mauá, alguns destaques são Pollo, Gabriel Moura, Banda Teresa e Cacique de Ramos. São três shows todos os dias: às 15h, 16h30 e 20h. Às 16h30 de hoje, é a vez da Embaixadores da Alegria, primeira escola de samba no mundo voltada para pessoas com deficiência. Atrações que conquistaram cariocas e turistas, como o bung jump e o balão panorâmico, além de telões para transmissão ao vivo dos Jogos e os food trucks, também continuam por lá.
Ao todo, serão ainda 238 espetáculos de malabares, teatro, música, dança e mímica. No fim de semana, uma apresentação do grupo britânico Graeae vai recriar o Jardim do Éden. Artistas com e sem deficiência serão suspensos até sete metros de altura sobre hastes de aço flexível. Treze casas temáticas completam a festa paralímpica na cidade. Seis delas são abertas ao público, como a Casa do Japão, na Barra da Tijuca, e a Casa Brasil, na Praça Mauá.
Ontem, pelas mãos do judoca Breno Viola, que tem Síndrome de Down, a chama olímpica foi acesa no Museu do Amanhã. De lá, saiu em peregrinação por 26 ruas de 14 bairros. Foram 24,36 km e 174 condutores. Em vários pontos, houve retenções no trânsito. O prefeito Eduardo Paes pediu, mais uma vez, a compreensão da população: “A cidade passará por algumas restrições, mas é pelo bem desses homens e mulheres que tanto nos inspiram.” Hoje o revezamento continua por 25,34 km, com a tocha passando pelas mãos de 187 pessoas, até a cerimônia de abertura, às 18h15, no Maracanã.
Tapete vermelho para eles
Pela cidade, o clima já era de festa ontem. Ex-atletas paralímpicos passeavam pela orla de Copacabana. Como os alemães Colin Price, medalhista de ouro em basquete de cadeira de rodas, e Errol Marklein, dono de seis ouros na corrida de cadeira de rodas e que hoje trabalha como técnico.
No Boulevard, Daniel Caetano Jorge e Thaís Pessanha, deficientes físicos, contam que tiveram a honra de participar do revezamento da Tocha. No dia a dia, porém, afirmam, ainda enfrentam dificuldades com acessibilidade e a atitude de muitos que não respeitam seus direitos.
Para preencher os assentos
O príncipe Harry e a banda britânica Coldplay são alguns dos mais de 720 doadores que levantaram R$ 650 mil para levar jovens de comunidades cariocas à Paralimpíada. O objetivo da campanha de financiamento coletivo #filltheseats (preencha os assentos, em inglês) é levar ao menos 10 mil adolescentes de 14 a 18 anos aos estádios e arenas. A meta inicial de levantar R$ 49 mil foi batida em menos de 72 horas. O projeto atraiu a doação das corredoras paralímpicas americanas Hannah e Tatyanna McFayden.
Na terça-feira passada, o Comitê Paralímpico Internacional (COI) se juntou à iniciativa. O Transforma Educação, programa da Rio 2016, ficou responsável por escolher os beneficiados e organizar transporte e lanche. A iniciativa já havia doado ingressos para 33 mil alunos de 15 a 19 anos da rede estadual na Olimpíada.
No Facebook, o intérprete Richard Laver, de 39 anos, começou a levantar dinheiro para comprar 480 ingressos da Paralimpíada. “Assisti ao pentatlo moderno pela TV e vi muitos lugares vazios. Se estava vazio na Olimpíada, pensei que seria ainda pior na Paralímpiada”, contou. Laver precisa de cerca de R$ 3 mil para cobrir seus gastos, de R$ 17 mil. A partir de amanhã, crianças de duas escolas municipais na Gávea, a maioria de comunidades no entorno, vão conferir as competições de basquete, goalball e vôlei sentado.
Até ontem, foram vendidos 1,6 milhão de ingressos (64% do total), mas ainda restam 900 mil bilhetes. Os valores vão de R$ 10 a R$ 130. A venda online é no site bit.ly/2cbizzb. Há ainda bilheterias no Maracanã, Forte de Copacabana, Shopping Leblon, Parque Olímpico da Barra da Tijuca e Shopping Via Parque.
Com reportagem da estagiária Alessandra Monnerat