Publicado 30/07/2021 16:59 | Atualizado 30/07/2021 17:00
Tóquio - Depois dos torneios individuais, a seleção brasileira de tênis de mesa vira a chave nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 para a competição de equipes. A meninas são as primeiras a entrar em ação. Neste sábado, elas enfrentam Hong Kong, no ginásio Metropolitano de Tóquio, tentando surpreender e mostrar a evolução dos últimos anos. O time masculino estreia na sequência contra a Sérvia.
Na elite mundial há alguns anos, depois de franca evolução e conquistas importantes nas Américas, as brasileiras ainda são consideradas "zebras" na disputa. Mas a cada dia vêm mostrando que podem ir mais longe. Hong Kong, por sua vez, está em quinto lugar no ranking mundial e tem suas três atletas presentes entre as 50 melhores da lista individual, onde a brasileira Bruna Takahashi também se encontra.
Além de Bruna, fazem parte da equipe brasileira Jessica Yamada, que também atuou no individual, e Carol Kumahara, estreando em Tóquio. Não chega a ser uma novidade para a atleta, que já esteve presente nos Jogos de Londres-2012 e do Rio-2016. Mas ela garante que sempre existe uma expectativa. "É uma Olimpíada bem diferente das outras. O evento mais esperado por todo atleta e com certeza bate uma ansiedade também", garantiu.
O técnico Hugo Hoyama sabe das dificuldades que as meninas do Brasil vão enfrentar na disputa contra as asiáticas. Nos últimos dias, o trabalho foi de ajustes para um duelo onde cada detalhe faz a diferença no resultado final.
"Elas estão focadas, sabem que são fortes adversárias, e terão de jogar muito concentradas para agarrar as chances que aparecerem durante o jogo. As adversárias colocam muitas bolas na mesa, então é importante estarem preparadas para esperar a volta de cada golpe dado, para poder fechar os pontos", explicou o técnico.
Para os que não estão habituados ao dia a dia do tênis de mesa, as competições de equipes são disputadas em melhor de cinco jogos. Quem vencer três, garante a classificação. O primeiro duelo é obrigatoriamente de duplas e os outros quatro são individuais. Cada atleta pode atuar duas vezes e não pode jogar seguidamente.
MASCULINO
O sonho da medalha inédita para o tênis de mesa brasileiro não terminou na disputa individual. Sexto melhor time masculino no ranking mundial, o Brasil tem a Sérvia pela frente no primeiro desafio do torneio de equipes dos Jogos Olímpicos.
Uma equipe que chega muito credenciada, com as campanhas de Hugo Calderano, que alcançou as quartas de final do individual, e de Gustavo Tsuboi, que por pouco não se classificou para esta mesma fase. Vitor Ishiy completa o time masculino. Se passarem para a fase seguinte, brigam por vaga na semifinal contra Coreia do Sul (4.°) ou Eslovênia (18.°).
A possibilidade existe. Seis países tiveram dois representantes entre os 16 melhores do individual masculino: China, Japão, Alemanha, Taipei, Coreia do Sul e o próprio Brasil. Para Hugo Calderano, apesar da dificuldade, é um sonho possível para os brasileiros. "Acredito que a gente consiga brigar por uma medalha. Com certeza, vai ser muito difícil. Sabemos que há algumas equipes realmente potentes no tênis de mesa, vamos ser cabeças de chave número seis", ponderou.
"Vamos brigar com quem vier. Sei que o esporte é muito tradicional na Ásia e, com certeza, eles são os favoritos. Mas nas últimas competições por equipes, a gente já teve bons resultados. No Mundial, nas últimas Copas do Mundo. Todo mundo está bem preparado e com a cabeça tranquila para pegar alguma oportunidade, se a gente tiver", completou Calderano, atual número 7 do mundo.
É um fato. A seleção brasileira vem se classificando para as quartas de final em todos os torneios de equipes disputados desde 2018. E fazendo jogo duro com alguns favoritos, como Alemanha e Coreia do Sul. Seu pensamento tem o aval da comissão técnica. Segundo o técnico Francisco Arado, o Paco, o Brasil chega com atletas competitivos, preparados e focados em buscar um bom resultado.
"Temos uma equipe bem competitiva. Com certeza, sendo Top 10 e um dos destaques, o líder dessa equipe (Calderano) nos deixa em uma situação de podermos competir com os melhores. Se conseguirmos propor nosso melhor nível, podemos fazer coisas importantes para o Brasil", projetou Paco.
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