Rio - Ao todo, 335 sócios não estavam aptos a votar na última eleição à presidência do Vasco. Foi o que constatou a perícia da polícia realizada no HD que contém informações sobre admissão de sócios no clube, segundo reportagem da 'TV Globo'.
O HD contém o registro de 5.780 pessoas que se associaram ao Vasco entre 2015 e 2017. Entre eles, os peritos identificaram que 335 sócios estavam irregulares, pois entraram no quadro do clube depois da data-limite de direito a voto, agosto de 2016.
O Ministério Público do Rio de Janeiro admitiu a possibilidade de a eleição ser anulada. "Toda alteração da manifestação popular restrita à comunidade do Vasco é de uma gravidade ímpar. Porque você frauda essa manifestação de vontade. Então, é óbvio que a partir do momento em que você tem um cadastro fraudado, você tem a vontade do sufrágio completamente alterada. Nesse sentido, eu acho que são graves os acontecimentos", afirmou o promotor Marcos Kak.
Um ex-funcionário do Vasco foi indiciado por estelionato e falsidade ideológica. Sérgio Murilo Paranhos era diretor de informática na última gestão de Eurico Miranda (2014/2018). A investigação apontou que ele alterou as datas de associação de alguns sócios para que eles estivessem aptos a votar na eleição.
O pleito do Vasco foi marcado por polêmica desde o início. Na eleição entre os sócios, realizada em novembro, a chapa de Eurico Miranda chegou a ser declarada vencedora. Mas ela foi parar na Justiça por conta dos votos da polêmica urna 7. Por uma decisão judicial, os votos em questão tiveram que ser desconsiderados e a chapa de Júlio Brant passou a ser a declarada vencedora.
Como a eleição para o Vasco é indireta, uma reunião no Conselho Deliberativo, em janeiro, definiu o presidente. Alexandre Campello surpreendeu ao sair da chapa de Brant e foi eleito presidente.
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