Abel Braga  - Thiago Ribeiro / Divulgação / Vasco
Abel Braga Thiago Ribeiro / Divulgação / Vasco
Por Lance
Rio - As vaias ao fim de quase todas as partidas são a representação da temporada do Vasco em 2020. Em relação de incerteza com a torcida, a equipe saiu em baixa mais uma vez após o empate por 1 a 1 com o Resende, na estreia da Taça Rio. E a lista de problemas não para de crescer para o técnico Abel Braga, um dos maiores alvos dos protestos. Falta de opções, pouca evolução e atuações desanimadoras só começam a traduzir o que tem sido o 2020 cruz-maltino. O time da Colina tem o terceiro pior aproveitamento entre os que disputam a Série A.

A única boa partida até agora foi a vitória por 1 a 0 sobre o Oriente Petrolero (BOL), em São Januário. Mesmo assim, apenas o primeiro tempo, já que a equipe cansou na segunda etapa e jogou em ritmo mais lento. Além disso, apenas o Botafogo foi um adversário em nível mais alto. Isso porque o Flamengo atuou com o sub-23 e o Petrolero, mesmo com o placar apertado na ida e o empate sem gols na volta, era um time limitado. O LANCE! lista a seguir os principais pontos de preocupação.

Se com Vanderlei Luxemburgo, o Vasco era uma equipe focada na defesa e nos contra-ataques, Abel Braga trouxe a ideia de ter mais a posse, propondo o jogo. Tecnicamente limitado, o time ainda não conseguiu implantar a ideia do treinador. Ainda existe uma dúvida sobre qual estilo, afinal, os jogadores vão adotar a cada partida.

Criatividade:
Este é um dos principais problemas do Vasco em 2020. Seja pelo meio-campo ainda em formação ou pela falta de um camisa 10 com a característica de organizar o time. Apesar de apostar em Andrey, esse sim indo bem, Raul e Marcos Júnior, Abel ainda não teve sucesso em melhorar a qualidade do setor.

Ataque:
Quando o Vasco contratou Germán Cano, a expectativa era de que o problema no ataque, enfim, fosse resolvido. Não foi o que aconteceu. Se no início a falta de entrosamento ainda pesava, agora os jogadores mostram dificuldades para serem eficientes na frente do gol. Os pontas ainda não encaixaram e, sem Talles Magno, Abel ainda ganhou um novo problema.

Demora a encontrar o time:
Abel Braga já frisou algumas vezes que ainda não encontrou a equipe ideal do Vasco. Agora com Fredy Guarín de volta e faltando pouco para a estreia de Martín Benítez, o treinador tem a missão ainda mais forte de achar o time titular. São 10 jogos no ano e, apesar de algumas repetições, o time ainda não conseguiu mostrar atuações que convençam.

Falha na reposição das peças perdidas:
Para 2020, o Vasco perdeu Oswaldo Henríquez, Richard e Rossi, que eram parte do time titular. Além disso, ficou perto de não ter Guarín, que estreou apenas no último jogo. Em retorno, contratou apenas Germán Cano e Martín Benítez. O primeiro já era uma carência antiga e o segundo chega para ocupar ou o meio ou a ponta. Neste segundo caso, pode ajudar a suprir a ausência de Rossi. Entretanto, a zaga continua sem reposição e a lateral-esquerda, agora apenas com Henrique, segue sendo um problema.

Experiência:
Esta é uma questão que os veteranos falaram ao longo dos meses e Abel também frisou: com pouco poder de negociação financeiramente, o Vasco precisa apostar nos jovens. Além de superar a dificuldade de evoluir mais rápido e pular etapas, os garotos formados na base do Vasco ainda enfrentam o clima complicado fora de campo.

Sistema defensivo vulnerável:
A defesa talvez seja o setor com menos dificuldades, mas ainda assim leva sustos desnecessários. Para sair com a bola, mais uma vez os problemas aparecem. O Vasco é um time ainda muito espaçado entre os setores.

Falta de evolução:
Desde a estreia dos titulares contra o Bangu, no empate por 0 a 0 pela Taça Guanabara, o time pouco evoluiu. Em alguns jogos houve mais persistência, mas a qualidade técnica segue longe do ideal.