Publicado 16/10/2020 19:49
Rio - Não se deixe enganar, Ricardo Sá Pinto não está na Colina a passeio. Depois do tour em São Januário, com direito a visita à sala de troféus e pose ao lado da estátua de Romário, o técnico português, o segundo em 122 anos do clube, teve o primeiro contato com o grupo antes de ser oficialmente apresentado nesta sexta-feira. Conhecido pelo estilo vibrante e participativo, o novo comandante chega com a missão de aumentar o nível de competitividade do Cruzmaltino, que chegou a liderar o Campeonato Brasileiro, mas, atualmente, acumula seis jogos sem vencer.
"O clube foi fundado por portugueses, isso diz muito. O carinho foi realmente muito importante na minha decisão. O que eu sinto isso desde que cheguei. Faz dois dias, foi lá no aeroporto, eu ouvi, li, me sinto em casa. Quero muito ajudar o Vasco, quero ajudar a torcida a ser feliz. Somos muitos", disse Sá Pinto.
O técnico não estará em Porto Alegre, onde o Vasco enfrentará o Internacional, domingo, no Beira-Rio. Promovido, Alexadre Grasseli, ex-treinador do time sub-20 e, agora, auxiliar do profissional, comandará a equipe no Sul. No primeiro contato com o grupo, Sá Pinto revelou ter encontrado jogadores motivados, mas evitou opinar sobre a situação financeira do clube que convive com atrasos no pagamento salarial.
"Senti eles com disposição para conseguirmos juntos os resultados positivos. Eles sabem que venho de realidade diferente, mas eles estão receptivos. O time está bem mentalmente e isso é meio caminho andado. Além dos jogadores, fui bem recebido por todo o staff. Sobre a questão financeira, não cabe a mim falar", destacou.
O entusiasmo causado pelo início do Ramonismo não resistiu à queda na Copa do Brasil e de rendimento nas últimas rodadas do Brasileiro. Com um elenco enxuto e 'reforçado' por crias do próprio clube, o Vasco não sustentou o lugar no G-4 quando a maratona pesou e os desfalques por lesão ou pelo surto do novo coronavírus diminuíram o leque de opções.
A diretoria, que já buscava reforços, anunciou o volante argentino Leonardo Gil, ex-Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e ainda negocia a contratação de Patrick, do Grêmio, do equatoriano Valencia, sem clube, e do ganês Blessing, dos Los Angeles FC, dos EUA. Tudo para encorpar e aumentar as opções do novo treinador do meio de campo para a frente.
Confira outros trechos da entrevista coletiva:
AVALIAÇÃO DO TIME:
"Observei muitos jogos. Quando vi, conheci boa parte do elenco. Vi coisas boas e, principalmente, atitude. É um time que quer fazer as coisas bem, quer ganhar o jogo. Claro que contra o Atlético-MG as coisas não deram certo. Mas contra o Flamengo, sim. Vi alma. Isso é fundamental. Isso temos de ter em todos os jogos. Senti que há compromisso dos jogadores. Isso é meio caminho andado, depois as questões táticas poderão ser melhoradas. Pequenos detalhes impediram de o time não ter melhores resultados. É na concentração e na organização defensiva que podemos melhorar, nossa agressividade. Podemos melhorar no último terço para fazer mais gols. Pouco a pouco e passo a passo para podermos chegar ao que melhor que queremos"
META NO BRASILEIRO:
"Penso sempre no próximo jogo, meu objetivo é vencer o primeiro jogo. Meu foco é jogo a jogo. Depois naturalmente, com aquilo que formos conquistando, vamos falando em objetivos"
TOUR SÃO JANUÁRIO:
TOUR SÃO JANUÁRIO:
"Me sinto em casa, e isso se deve a esse gente fantástica desde que cheguei. Assim espero me sentir sempre. Agora com os resultados e com as coisas a correrem bem, será assim. Mas não é surpresa"
TÉCNICOS PORTUGUESES NO BRASIL:
TÉCNICOS PORTUGUESES NO BRASIL:
"Certo que tivemos três aqui. Augusto Inácio, Jesualdo Ferreira e (Jorge) Jesus. Houve quem ficasse mais tempos do que outros, mas é majoritariamente reconhecido o valor do técnico português. Exijo sempre a mim primeiro, para depois exigirem de mim. A responsabilidade não é só no Brasil e no Vasco, é em todo lado. Tenho trabalhado mundo afora e conquistado coisas importantes. Na Liga Europa, conseguimos ser a melhor equipe. Conseguimos vencer o Wolverhampton, que tem 10 vezes o nosso orçamento, conseguimos vencer o Besiktas. Ganhamos uma Taça da Liga"
ESTILO:
"Prefiro ganhar por 5 a 4? Não prefiro. Se puder ganhar e juntar a qualidade e não sofrer gols, melhor. Gosto de equipes equilibradas. Vais poder ver jogos em que vamos dominar o adversário, vais ver também jogos que teremos de ser humildes e defender bem. E explorar nesses dias também outros lances em dias que não estamos fortes. Quer nas bolas paradas ofensivas, quer no contragolpe. Essa versatilidade que quero na minha equipe. Saber interpretar todos os momentos do jogo. Saber como reagir ao jogo no contexto que ele está a nos dar"
MODELO DE JOGO:
"A ideia de jogo que quero logicamente é que a equipe saiba defender, saiba atacar... E para saber defender é preciso estar organizado. Dentro da organização defensiva que temos, há várias formas. Sabemos interpretar esses momentos e preparar a equipe para esses momentos, onde entra o lado estratégico. Sobre transições, quando ganhamos bola saber ligar o jogo para dar soluções e não perdermos logo, podermos continuar posse. Algumas vezes vamos ser mais verticais, outra explorar o lado contrário... Ensinar a equipe a poder solucionar e a chegar na área adversária. Quando perdermos a bola, temos que estar sempre equilibrado e não deixar que o adversário pense que pode nos surpreender. Em organização ofensiva, queremos que a equipe entenda quando pode jogar atrás. A equipe precisa entender os ritmos do jogo. No Brasileirão, existe uma perda constante, existe a pouca paciência com a bola, mas em todas as equipes"
"A ideia de jogo que quero logicamente é que a equipe saiba defender, saiba atacar... E para saber defender é preciso estar organizado. Dentro da organização defensiva que temos, há várias formas. Sabemos interpretar esses momentos e preparar a equipe para esses momentos, onde entra o lado estratégico. Sobre transições, quando ganhamos bola saber ligar o jogo para dar soluções e não perdermos logo, podermos continuar posse. Algumas vezes vamos ser mais verticais, outra explorar o lado contrário... Ensinar a equipe a poder solucionar e a chegar na área adversária. Quando perdermos a bola, temos que estar sempre equilibrado e não deixar que o adversário pense que pode nos surpreender. Em organização ofensiva, queremos que a equipe entenda quando pode jogar atrás. A equipe precisa entender os ritmos do jogo. No Brasileirão, existe uma perda constante, existe a pouca paciência com a bola, mas em todas as equipes"
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