Por rafael.arantes
Rio - Os jogadores do Vasco fugiram da torcida e da imprensa, após o desembarque no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Sob forte esquema policial, a delegação deixou o local em quatro vans, que estacionaram na pista, ao lado da aeronave. Ao saber que os atletas haviam ido embora pela porta dos fundos, um grupo de dez torcedores desabafou com gritos de protesto, no saguão de desembarque: “O Vasco é tradição, não é humilhação.”

Longe dali, em São Januário, o clima não era diferente. Desde às 8h, mais de 120 policiais do 4º batalhão garantiram a segurança no estádio, que amanheceu pichado com frases de protesto contra a gestão Dinamite. “Chega de vergonha. Fora, Banana”, diziam algumas das pichações apagadas por funcionários do clube no início da manhã.

Torcedores protestaram em São JanuárioAlessandro Costa / Agência O Dia

Mas nem o forte policiamento intimidou a presença de torcedores no estádio. “O time se acovardou desde a primeira rodada. Foi ridículo sair escondido, em vez de botar a cara. Uma vergonha. Hoje não tive ânimo de trabalhar e nem dormi direito. Quero saber o que eles fizeram com o dinheiro do clube, da venda de jogadores. Cadê o dinheiro?”, questionou o estoquista Nelson Fernando, de 31 anos.

Já o motorista Joaquim Costa, de 52, preferiu fazer um protesto divertido do lado de fora de São Januário, que, por medida de segurança, esteve o dia inteiro fechado: “Vim de Volta Redonda mostrar minha indignação. Trouxe essas bananas que simbolizam os jogadores boêmios que desrespeitaram a instituição. Teve jogador preso de madrugada na Lei Seca mesmo com o Vasco passando por essa situação. Não é muita falta de respeito?”

Indignada%2C torcida vascaína esperou no aeroporto%2C mas jogadores usaram outra saída e não conversaram com os torcedoresAlessandro Costa

Reformulação em vista

A queda do Vasco para a Segunda Divisão vai provocar uma grande reformulação em São Januário. A começar pelos jogadores. Pelo menos 15 deles têm contrato que se encerra no fim do mês. Entre eles, os atacantes Tenório, André e Reginaldo, que não devem mais ficar na Colina.
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Já o técnico Adílson Batista deverá permanecer. Em pouco tempo, o técnico fez um bom trabalho e demonstrou comando, agradando à diretoria.
Já a permanência de Cristiano Koehler, diretor geral, é incerta — o dirigente colocou o cargo à disposição. Desgastado no cargo, após bater de frente com vários diretores, nesta temporada, ele dificilmente permanecerá.