Por monica.lima

São Paulo - A BB Seguridade, holding de seguros, capitalização e previdência do Banco do Brasil criada no final de 2012 registrou lucro líquido de R$ 845,5 milhões no segundo trimestre, o que representou uma alta de 53,6% em 12 meses. A companhia reportou que suas receitas foram recordes em todos os segmentos de negócio, com destaque para as contribuições em planos de previdência privada e de seguros de vida, habitacional e rural. A receita líquida do trimestre somou R$ 1,156 bilhão, alta de 46,2% sobre o faturamento obtido um ano antes. As despesas subiram 9,5%, a R$130 milhões. No semestre, o lucro somou R$ 1,5 bilhão.

Os bons resultados que vem sendo entregues pela companhia indicam que a consolidação de empresas afins debaixo de uma só estrutura foi bem-sucedida, acendendo holofotes para outra área em expansão do Banco do Brasil, a de cartões. A instituição vem investindo, em parceria com o Bradesco, em empresas da família Elo — sua bandeira própria — como os cartões pré-pagos para alimentação Alelo, e mais e em abril na empresa de pagamentos online Stelo, que tem no controle a credenciadora Cielo. Ex VisaNet, a Cielo é a maior no seu segmento, seguida de perto pela Rede (ex-Redecard, do Itaú) e tem o BB e Bradesco como sócios majoritários. O BB passou a abrir os resultados da área de cartões, mas até agora vem negando a intenção de fazer um movimento semelhante. Os executivos da instituição estão em período de silêncio, pois os resultados relativos ao segundo trimestre do maior banco do país serão divulgados amanhã.

“Entregamos um resultado bastante robusto, com ótimo crescimento tanto operacional quanto financeiro”, afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da BB Seguridade, Werner Suffert. “Trabalhamos para o aumento de receita, mas também na melhoria do resultado operacional. Buscamos não apenas uma receita maior, mas um resultado sustentável. Isso nem sempre significa só buscar o novo cliente, mas buscar uma relação mais adequada com cada cliente, de acordo com seu perfil.”

Apesar do lucro quase bilionário no trimestre, alguns analistas notaram que os alguns dos resultados não atingiram os parâmetros estabelecidos, conhecidos no mercado como “guidances”.
Enquanto algumas metas não foram batidas, outras foram superadas com folga. O lucro líquido, por exemplo, foi influenciado pela forte melhora do resultado financeiro em todas as coligadas, o que segundo a empresa foi fruto do movimento de fechamento da estrutura a termo de taxas de juros ocorrido ao longo do primeiro semestre, o que gerou um efeito positivo de marcação a mercado em títulos pré-fixados e com remuneração atrelada à inflação.

No caso de seguros, as vendas ficaram aquém do esperado. Segundo a BB Seguridade, isso ocorreu por vendas fracas de automóveis — “mas o desempenho do segundo trimestre apresentou recuperação considerável, motivo pelo qual mantemos o intervalo de estimativas para o exercício”, diz a empresa.

O desempenho da arrecadação de planos de previdência reflete a arrecadação abaixo do previsto observada no primeiro trimestre de 2014, fruto do cenário conjuntural desafiador para o mercado de previdência complementar aberta no início do ano e da estratégia adotada em termos de mix de vendas. No entanto, a arrecadação apresentou forte recuperação no segundo trimestre, quando registrou crescimento de 58,6% sobre igual período do ano anterior. O desempenho da Brasilprev permitiu a consolidação da liderança de mercado tanto em arrecadação como em captação líquida. A arrecadação de prêmios de capitalização também ficou abaixo do limite inferior das estimativas em virtude de uma base de comparação forte representada pelo mês de junho de 2013.

“Nós buscamos metas ousadas que sejam possíveis, mas não o possível de fácil realização. Estamos ratificando ao mercado que vamos manter os guidances que estabelecemos”, disse Suffert.

O conselho da empresa aprovou no dia 8 a distribuição de R$ 1,19 bilhão em remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos. O montante equivale a 80% do resultado líquido apurado no primeiro semestre de 2014. Os dividendos serão atualizados pela taxa Selic, da data do balanço até a data do pagamento (no próximo dia 29) e terão como base a posição acionária detida pelos investidores no dia 18.

Papéis da companhia sobem 1,54%

Apesar de não ter cumprido parte do crescimento prometido, a BB Seguridade agradou os investidores com o polpudo lucro apresentado no segundo trimestre e suas ações na Bolsa fecharam em alta de 1,54% ontem, a R$ 33,45. Os papeis chegaram a ser negociados a R$ 33,56 as 10h40, logo após a abertura do mercado. As ações subiram 29% ante 5,5% do Ibovespa no segundo tri deste ano.

As ações ON da BB Seguridade estrearam na Bovespa em 29 de abril do ano passado, após o processo de precificação conhecido no mercado por bookbuilding, que estabeleceu o preço inicial por ação em R$17,00. Após a conclusão da oferta, o percentual de ações em livre circulação da BB Seguridade (free float) atingiu 33,75%, e o Banco do Brasil manteve o controle acionário, com 66,25% do capital.

No dia 6 de junho último, as ações passaram a compor o Ibovespa, com participação de 1,559% do peso total da carteira. No dia 2 de maio, houve rebalanceamento do índice e o peso das ações passou a ser de 1,974%.

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