Por monica.lima

São Paulo - A Pan Seguros, controlada pelo BTG Pactual em parceria com a Caixa Econômica, vai entrar no ramo de seguros de automóveis. A seguradora que pertencia ao Banco PanAmericano, hoje Banco Pan, vê no segmento um grande potencial a ser explorado, devido à baixa cobertura da frota do país. “Apenas 30% dos carros no Brasil são segurados”, diz o presidente da seguradora, José Carlos Macedo.

Segundo o executivo, a estratégia será estender para o mercado de automóveis a especialidade da empresa, que é fazer seguro massificado, mas sob medida para segmentos e regiões. No caso dos seguros de automóveis, Macedo acredita que a baixa penetração tem a ver com os altos preços dos produtos no mercado. “Vamos desenvolver e oferecer soluções diferenciadas”, antecipa, sem dar detalhes.

Macedo dá como exemplos da sua atuação “massificada sob medida” a oferta de produtos que atendam necessidades específicas de cada região e/ou perfil dos clientes dos seus distribuidores. “Há cidades em que a preocupação maior é deixar família e filhos assistidos depois da morte, então o seguro que provê cestas básicas tem muita saída”, conta.

Em relação aos distribuidores — parceiros no varejo, como a B2W (Lojas Americanas e Submarino, e o próprio Banco Pan, por exemplo), a seguradora vende produtos que atendam os respectivos clientes. No caso do banco, seguros prestamistas (que cobrem o pagamento de prestações de empréstimos caso o cliente fique desempregado) e no caso das varejistas, seguros garantia estendida, por exemplo.

O presidente da Pan Seguros se diz otimista com as perspectivas para este ano, apesar de a economia estar em retração. “O mercado de seguros ainda representa só 4% do PIB brasileiro”, disse, disse Macedo.

Em seu primeiro balanço divulgado, a seguradora registrou um total de R$ 198 milhões em prêmios ganhos em 2014, valor 52% acima dos R$ 131 milhões conquistados no ano anterior. Prêmio ganho é a parcela de prêmios de seguro correspondente à parcela já decorrida do período de cobertura da apólice.

Em prêmios totais arrecadados, o volume foi de R$ 203,7 milhões, com aumento de 24,21% em relação a 2013. A Pan Seguros fechou o ano de 2014 com patrimônio líquido de R$ 669 milhões, alta de 369% em relação ao ano anterior quando registrou R$ 181,3 milhões.

Ao anunciar resultados do banco BTG Pactual na seman apassda, o presidente André Esteves destacou a relevância, disse na semana passada, da instituição, que está animado com o segmento. O banco entrou no ramo de seguros em 2013 e foi ampliando a atuação até que a área ganhou escala a ponto de ser tratada como um negócio com vida própria.

“Estamos bem animados com a operação de seguros, já começamos a ver uma certa densidade do negócio”, afirmou Esteves, em teleconferência com analistas. Em meados do ano passado, o BTG comprou metade do capital da Ariel Re Limited, uma resseguradora que atua em Londres e Bermudas. O BTG já atuava em seguro de crédito e depois da compra da Pan Seguros, “que é lucrativa, está arrumada, líquida e crescendo, com potencial enorme de explorar parcerias conosco, com nossos clientes institucionais e a Caixa”, segundo Esteves, o negócio ganhou relevância nas receitas do banco. “Por isso pensamos em passar a reportar no primeiro trimestre uma linha do balanço incluindo as três sublinhas de seguros dentro do banco”.

A Pan Seguros foi criada em 2012 como subsidiária do Banco Pan, que tem como controladores a Caixa, com 60%, e o BTG, com 40%. No ano passado, a seguradora foi vendida pelo banco Pan ao BTG (que detém 51%) e à Caixa (com 49%), que já controlavam a empresa indiretamente.

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