Por parroyo

Na turbulenta semana marcada pela morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, o Ibovespa acumulou ganhos de 2,50%, impulsionado pela expectativa de que Marina Silva, até então vice na chapa do PSB, confirme sua candidatura à Presidência da República. A aposta do mercado, de acordo com analistas, é que a presença da ex-senadora na corrida presidencial tire votos da presidenta Dilma Rousseff e leve a disputa para o segundo turno, o que aumentaria as chances de o tucano Aécio Neves chegar ao Planalto. Porém, alguns cientistas políticos já cogitam a hipótese de Marina ultrapassar o tucano e fazer o segundo turno com Dilma.

Tal expectativa elevou as ações da Petrobras na sessão de sexta-feira, pois os investidores enxergam que a troca de comando do país irá beneficiar a empresa, que arca com a defasagem do peço dos combustíveis, uma vez que o governo represa o aumento da gasolina e do diesel para segurar a alta da inflação. Os papéis preferenciais da estatal dispararam 7,85%, enquanto os ordinários subiram 7,32%.

O movimento puxou o Ibovespa, que avançou 2,12%, aos 56.963 pontos no último pregão da semana. No ano, o principal índice da Bovespa acumula alta de 10,59%. De acordo com o analista da Clear Corretora Fernando Goes, em plena tendência de alta, o índice busca agora a faixa dos 58.150 pontos. “E tem grande chance de alcançar os 60 mil pontos na próxima semana, caso o Datafolha aponte Aécio na frente da Marina na próxima pesquisa”, avaliou.

O Datafolha irá divulgar, a partir de segunda-feira, o primeiro levantamento após a morte de Campos, no qual coloca Marina Silva como presidenciável. “O cenário político vai ser determinante para o desempenho da bolsa”, apontou o estrategista-chefe do Banco Mizuno, Luciano Rostagno, para quem a expectativa é que Marina provoque uma mudança significativa nas intenções de voto. Vale destacar ainda, que na terça-feira, começa a propaganda política no rádio e na televisão.

Em meio ao cenário, a agenda de indicadores econômicos fica em segundo plano, segundo Rostagno. Ainda assim, alguns dados devem atrair atenção do mercado. Um deles é o IPCA-15, prévia da inflação oficial de agosto, a ser conhecido na quarta-feira. “Esperamos variação de 0,21%, o que significa aceleração em comparação ao mês anterior, quando variou 0,17%. A taxa em 12 meses deve continuar em ritmo de elevação, chegando a 6,57% nesta leitura”, apontou a Rosenberg Associados, em nota.

Entre os números externos, nos Estados Unidos, o destaque será a ata do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte- americano), que será divulgada na quarta-feira. Os agentes irão buscar no relatório e também na fala da presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, na quinta-feira, pistas sobre a data em que a taxa de juros será elevada.

Também na quarta-feira, à noite, o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) da China virá a público. O número referente ao mês de agosto mede o desempenho do setor industrial do gigante asiático e deve mexer com os papéis ligados às commodities no Brasil.

Dólar

No mercado de câmbio, o dólar acumulou perda de 1% na semana, cotado a R$ 2,264 na venda.

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