Por marta.valim

As concessões de crédito para veículos, que andaram derrapando ao longo deste ano, se recuperaram em julho e agora ganharam um novo impulso com as medidas de estímulo adotados pelo Banco Central (BC) no mês passado.

Na sexta-feira, um dia após o Itaú rever suas taxas para baixo, de 1,30% ao mês para 0,99% (ou de 17% para 13% ao ano, para carros zero quilômetro financiados em até 24 meses), o Santander decidiu reduzir a taxa para 12 meses, de carros novos e usados até 2011, a 0,97%, para correntistas ou não. “Analisamos constantemente as variáveis de mercado para oferecer as melhores condições para quem quer comprar um veículo”, destaca o superintendente executivo da Santander Financiamentos, Ronaldo Rondinelli.

A Caixa Econômica Federal, por sua vez, realiza nessa semana mais uma edição do Salão Auto Caixa, em parceria com o Banco Pan, oferecendo financiamento de carros novos ou usados com taxas de juros a partir de 0,93% ao mês e carência de três meses.
Em julho, os juros médios para financiamentos de automóveis com recursos livres para pessoas físicas estavam em 23,1% ao ano, ante 20,3% em julho de 2013.

As concessões já davam sinais de recuperação ao aumentarem de R$ 6,853 bilhões em junho para R$ 7, 887 bilhões em julho, segundo dados divulgados pelo BC na semana passada. E o chefe do departamento econômico do banco, Túlio Maciel, informou que em agosto vinha acontecendo o mesmo. O saldo, porém, continuava minguando em junho, passando a R$ 185,2 bilhões, ante R$ 194 bilhões em julho de 2013.

O Itaú foi o primeiro entre os grandes bancos de varejo a engatar a marcha-à-ré nos financiamentos de automóveis, depois de amargar altas taxas de inadimplência por crescimento acelerado da carteira em 2011. Em junho daquele ano, chegou a ter mais de R$ 61 bilhões na carteira de veículos; em junho último, estava com R$ 34 bilhões. Uma das medidas do BC bonifica os bancos que aumentarem as concessões de crédito a veículos em 20% ao mês.

“Acreditamos que esse movimento possa gerar demanda adicional em função da taxa de juros atrativa, com perfil alinhado ao nosso apetite de risco”, diz Luis Fernando Staub, diretor executivo do banco responsável pela área de financiamento de veículos.

“Esta decisão é uma importante contribuição ao País para incentivar o financiamento de automóveis com crédito sustentável e com isso estimular a economia brasileira”, completa Staub. O Santander, por sua vez, terminou o semestre com R$ 32,5 bilhões na carteira de crédito para automóveis.

No Banco do Brasil, o saldo dos financiamentos de veículos terminaram o semestre em R$ 10,9 bilhões, abaixo dos R$ 12,1 bilhões do mesmo período do ano anterior. O BB entrou tarde nesse segmento e só realiza operações com clientes. Mas como sócio do Banco Votorantim, tinha em 30 de junho outros R$ 6,2 bilhões emprestados para automóveis.
O Bradesco terminou o semestre com carteira de veículos na casa dos R$ 25,2 bilhões, ante R$ 29,3 bilhões em junho de 2013.

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