Por parroyo
A Bovespa teve sua terceira alta consecutiva nesta quinta-feira, embora tenha fechado longe da máxima da sessão, em um dia positivo pelo anúncio de programa de compra de títulos do Banco Central Europeu (BCE). Os ganhos, contudo, foram contidos pela queda das ações do setor de educação e pela redução da alta dos papéis da Petrobras.
O Ibovespa subiu 0,44%, aos 49.442 pontos, depois de ter chegado a avançar cerca de 2%, operando acima dos 50 mil pontos no melhor momento da sessão. O giro financeiro do pregão totalizou R$ 8 bilhões.
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A Petrobras foi a maior influência positiva do dia, apesar de ter reduzido os ganhos que chegaram a 6,5% na máxima, diante da queda do preço do petróleo no exterior. A notícia de que os estoques de petróleo nos Estados Unidos cresceram muito mais do que o esperado na semana passada derrubou as cotações da commodity. A ação preferencial da petroleira, contudo, ainda fechou em alta de 4,38%.
O mercado brasileiro acompanhou o viés positivo das bolsas norte-americanas e europeias, após a decisão do BCE de injetar recursos na economia da zona do euro, com a compra de até € 60 bilhões em títulos por mês até o fim de setembro de 2016.
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"O mercado tem espaço para recuperar um pouco esperando a melhora do quadro da economia brasileira prometida pelo (ministro da Fazenda, Joaquim) Levy e com a flexibilização monetária do BCE, que se junta, no exterior, com a China acionando um pouco mais de investimento e os Estados Unidos retardando o aumento do juro", disse o sócio da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.
A operadora Oi teve a maior valorização percentual do Ibovespa, com ganho de quase 20 por cento, com a expectativa de aprovação da venda dos ativos portugueses da companhia à francesa Altice em assembleia geral de acionistas da Portugal Telecom SGPS. Marfrig e Cosan foram outros destaques na ponta positiva.
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Mas as ações da Estácio Participações e da Kroton, do setor educacional, corroeram ganhos do mercado, com quedas de 15,15% e 6,89%, respectivamente. As preocupações de investidores sobre as mudanças nas regras de programas voltados ao financiamento do ensino superior, importante fonte de receita de companhias, se intensificaram nesta quinta.
Matérias na mídia afirmaram que o ministro da Educação, Cid Gomes, defendeu maior rigor para acesso ao Fies, com a elevação da nota de corte para que alunos tenham acesso ao benefício. Gomes teria dito ainda que estuda aumentar as exigências para as universidades participantes.
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Dólar
O dólar fechou em queda de mais de 1% sobre o real nesta quinta-feira, após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar que comprará mensalmente  €60 bilhões em títulos, abrindo caminho para os investidores testarem patamares abaixo de 2,60 reais, marco que vinha limitando as quedas da divisa.
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A moeda norte-americana caiu 1,23%  por cento, cotado a R$ 2,574 na venda, após atingir R$ 2,549 na mínima da sessão. "O mercado está animado. A qualquer boa notícia que ouve, tenta buscar níveis ainda mais baixos (para o dólar)", disse o gerente de câmbio da corretora Tov, Celso Siqueira. "A dúvida é saber até onde isso chega".
O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou que a autoridade monetária planeja comprar 60 bilhões de euros por mês em títulos a partir de março e pelo menos até o fim de setembro de 2016.
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Investidores já vinham se antecipando a essa decisão e reduzido as cotações do dólar nos últimos dias, uma vez que parte desses recursos tenderia a migrar para mercados emergentes, como o brasileiro, em busca de maiores ganhos financeiros.
Após o anúncio, o dólar passou a recuar em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano e disparou contra o euro. No Brasil, o alívio foi mais intenso, já que investidores aproveitavam o bom humor para testar patamares mais baixos, movimento que já vinha desde a abertura.
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"As condições favoráveis lá fora permitem que o mercado faça mais uma tentativa de furar de vez a barreira dos R$ 2,60", disse pela manhã o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
O apetite por ativos brasileiros já vinha elevado nas últimas semanas devido às medidas de maior rigor fiscal no país. Mas o dólar vinha enfrentando dificuldades para se firmar abaixo de R$ 2,60, patamar que têm atraído compradores, diante do quadro de inflação elevada e crescimento baixo no país.
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