Por parroyo
O aumento na mistura de etanol à gasolina deverá ser anunciado pelo governo federal na primeira semana de fevereiro e entrará em vigor 90 dias depois, dando fim a um longo debate entre poder público e diferentes setores industriais sobre o assunto, disse nesta quinta-feira a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
"Essa decisão deve ser tomada pelo governo na primeira semana de fevereiro. Isso deu um fôlego e deu uma acalmada no setor", declarou a ministra, em entrevista à imprensa internacional, afirmando que o novo percentual ainda não foi decidido. A mistura de etanol anidro à gasolina está atualmente fixada em 25%.
Publicidade
Em setembro do ano passado, a presidenta Dilma Rousseff sancionou lei que prevê que o Executivo eleve a mistura do etanol na gasolina até o limite de 27,5%, desde constatada sua viabilidade técnica, ou reduzi-la a 18%.
À época, a medida não foi bem recebida pela entidade que representa a indústria automobilística, Anfavea, argumentando que boa parte da frota ainda utiliza apenas gasolina no Brasil, e não estaria tecnicamente preparada para a mudança. No entanto, a mudança é vista pela indústria sucroalcooleira como forma de aliviar a crise vivida pelo setor.
Publicidade
Uma fonte governamental afirmou à Reuters, em outubro, que veículos movidos com combustível com mistura de 27,5% de etanol passaram em testes de desempenho encomendados pelo governo.
Para a ministra, o setor sucroalcooleiro está "bastante deprimido" e reconheceu que a volta da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), anunciada nesta semana, e o aumento da mistura do etanol na gasolina são importantes, mas que "de fato não são suficientes" e que o setor precisará de um arranjo mais "sustentável".
Publicidade
Ela afirmou ainda que o alívio ao setor em função dessas medidas é importante também para o planejamento do etanol como matriz energética.
China
Publicidade
Como estratégia para aumentar o valor dos produtos brasileiros no exterior, a ministra afirmou que irá em março à China para conversar sobre possibilidades de acordo na área do agronegócio.
"Nós temos o maior interesse em vender produtos mais agregados sempre. Nós precisamos fazer acordos setoriais com a China, por exemplo, e isso será um objetivo muito forte", disse.