Por parroyo

O dólar fechou em queda ante o real pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, refletindo expectativas de entradas de recursos diante das recentes captações corporativas no Brasil, mas expectativas de alta dos juros nos Estados Unidos limitaram o recuo.

A moeda norte-americana recuou 0,29%, a R$ 3,101 na venda, acumulando perda de 1,57% nas duas últimas sessões. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 780 milhões.

O dólar também recuava contra os pesos chileno e mexicano, após números mais fracos que o esperado sobre a inflação na China alimentarem apostas em mais estímulos no país.

"Há uma expectativa relevante de entradas que faz com que, na ausência de grandes notícias, o dólar tenha algum alívio aqui", disse o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho, ressaltando que o anúncio do programa de infraestrutura pelo governo federal nesta manhã também contribuiu para o bom humor.

A Petrobras emitiu no início do mês US$ 2,5 bilhões em um raro título de 100 anos, na primeira investida da companhia no mercado internacional de capitais desde o estouro da Operação Lava-Jato. Na véspera, a Embraer emitiu 1 bilhão de dólares em papeis com vencimento em 2025.

A expectativa de ingresso de recursos no país tem sido corroborada também pelo ciclo de aperto monetário conduzido pelo Banco Central. Na quinta-feira, será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais pistas sobre possíveis novas altas na Selic.

Atualmente, o mercado de DIs aponta pelo menos mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic em julho, a 14%. Um número relevante de operadores, no entanto, vê mais duas elevações, de 0,50 ponto e 0,25 ponto, o que levaria a taxa básica de juros a 14,50%.

"A semana está morna. O único indicador que tem potencial para influenciar bastante o câmbio... é a ata", afirmou o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Bolsa

O principal índice da bolsa paulista fechou em leve baixa nesta terça-feira, com a alta de Petrobras e de empresas de ensino ofuscada pela percepção entre investidores de que o resultado do programa do governo federal para a área de infraestrutura ocorra apenas mais adiante.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa cedeu 0,1%, a 52.815 pontos, após avançar 0,91% no melhor momento da sessão. O volume financeiro negociado no pregão somava R$ 5,25 bilhões, abaixo da média do ano, também conforme informação pré-ajuste.

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