"Provavelmente ele só vendia (o skunk) no varejo. As pessoas que compravam eram de alto poder aquisitivo, a droga chegava a ser vendida pro destinatário final por R$ 100 a grama. Não temos como afirmar ainda que ele vende para alguma comunidade", explicou o delegado Tiago Ventirinni, titular da 24ª DP.
Os agentes apuraram que a apreendida poderia gerar algo entorno de cinco a oito quilos de skunk. "Cada quilo é vendido a R$ 30 mil. Os agentes apuraram que a colheita apreendida poderia gerar de R$ 180 mil, R$ 200 mil. Com cada planta dessa ele poderia ter várias ramificações", disse o delegado.
Venturinni contou que chegou até o suspeito durante as investigações sobre o tráfico de drogas do Morro da 18 e do Morro do Urubu, ligados a facção Comando Vermelho. No entanto, segundo o delegado, ainda não é possível fazer alguma relação do universitário com organização criminosa.
Na análise de Venturinni, Felipe mantinha em sua casa um esquema sofisticado de plantação, que chamou atenção dos policiais. "Ele não trabalhava sozinho, mas na parte das técnicas de plantio e colheita, como controle de PH da água, controle de temperatura, ar condicionado split, utilização de lâmpadas artificiais específicas em tempos intercalados, essa parte da técnica avançada ele que era o cabeça. A estrutura dele de plantio era muito boa, eu nunca tinha visto nada parecido”, declarou Venturinni.
Os policiais contaram que Felipe falou, informalmente, que aprendeu todas as técnicas de cultivo através de vídeos no YouTube e começou a plantar para consumo próprio, pois teria problemas psiquiátricos e queria usar o cannabis para tratamento.
"Ele já planta há um tempo, mas não sabemos há quanto tempo ele planta para revenda. A partir de agora, as investigações terão desdobramentos para analisar a participação de mais pessoas, individualizar as condutas", finalizou o delegado.