Publicado 29/09/2021 18:26
Itaboraí - Encerrando o mês inteiro de atividades sobre o Setembro Amarelo, a Prefeitura de Itaboraí, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), promoveu na última terça-feira (28/09), no auditório do Colégio Adventista, o seminário "Suicídio: é possível prevenir" para os servidores de todas as secretarias municipais.
O evento, realizado pelo Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa em Saúde (NEPPS) e o Programa de Saúde Mental, apresentou o panorama mundial e local sobre os casos de suícidio, detalhou como as Unidades de Saúde da Família são fundamentais na prevenção da doença mental e a importância de se ouvir, ter empatia e acolher as pessoas que demonstram sintomas.
"O tema é super atual e importante. Estamos vivendo um momento delicado em nossa sociedade com as consequências da pandemia e temos muitos casos silenciosos. Nós, como profissionais da rede de saúde, precisamos estar próximos das pessoas e fazer o nosso trabalho de servir a população, valorizando a vida. A maioria dos casos de suicídios tem prevenção e toda nossa rede municipal de Saúde é importante para ajudar nesses casos", expôs o secretário municipal de Saúde, Sandro Ronquetti, no seminário.
Os dados de suicídio em Itaboraí são preocupantes e mostram aumento durante o período de pandemia. De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica, os números de casos de suicídio na cidade tiveram um aumento efetivo a partir de 2018 (72 casos), e durante o ano de 2020 esse número quadriplicou (133 casos) quando comparado com à média dos anos anteriores (33 casos por ano). Esse aumento observado na cidade segue a tendência mundial apontada também no último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fatores como maior isolamento social devido às restrições da pandemia podem ter influenciado essa estatística. O relatório da OMS também apontou que a maioria das pessoas que comentem suicídio procuram ajuda em uma Unidade Básica de Saúde e comentaram com algum parente ou amigo próximo a intenção de cometer o ato. Por isso, com o objetivo de alertar sobre a importância de cuidar da saúde mental e as formas de prevenção, a SEMSA realizou nas 40 Unidades Básicas de Saúde da cidade uma atividade itinerante durante todo o mês de setembro.
Coordenada pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) com apoio das equipes das unidades, a atividade consistiu em uma roda de conversa e dinâmicas com usuários dos postos, com informações sobre os grupos de riscos ao suicídio, as formas de identificar os principais sinais e como procurar suporte na rede municipal de Saúde.
"O suícidio continua sendo uma das principais causas de morte no Brasil. Mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama. Por isso temos que conversar sobre o tema. A gente precisa ouvir o sofrimento do outro. Acolher e ter empatia", explicou em sua apresentação no seminário, a psicóloga Andreza Portilho do NEPPS.
Cerca de 50 servidores acompanharam junto com o secretário municipal de Saúde, as apresentações onlines do Dr. Claudio Gruber, pesquisador em Saúde Pública da UFRJ, e da professora da Universidade de Columbia, Annika Sweetland. E, assistiram presencialmente as falas da psicóloga do NEPPS, Andreza Contilho; do psiquiatra da Rede de Saúde Mental, Vinícius Carvalho, e do coordenador de Saúde Mental de Itaboraí, Guilherme Manhães.
Como buscar ajuda:
Em Itaboraí, a rede de atenção à saúde mental é dividida em três centros sociais: o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Celeste Maria Campos, que funciona 24 horas e atende pessoas com transtornos severos e persistentes; o CAPSI Marinéa Barreto, voltado para crianças e jovens até 18 anos; e também, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool outras Drogas Lima Barreto (CAPSad). Em caso de emergência, procure o Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, em Nancilândia, que possui leitos destinados para atendimento à saúde mental, com uma equipe multidisciplinar que conta com psiquiatra, psicólogo e enfermeiros.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.