A Casa do Estudante é residência de 73 universitários de fora da cidade que frequentam os cursos da UFF, Uerj, URFJ e FeMASS em Macaé - Bruno Campos/Divulgação prefeitura de Campos
A Casa do Estudante é residência de 73 universitários de fora da cidade que frequentam os cursos da UFF, Uerj, URFJ e FeMASS em MacaéBruno Campos/Divulgação prefeitura de Campos
Por Leonardo Maia
Macaé — Enquanto a crise econômica se acirrava nos últimos anos no país, especialmente nos municípios dependentes das extração do petróleo, um setor florescia e só fazia crescer. A demanda por um diploma de nível superior. Com essa visão bem definida, Macaé tem ampliado os investimentos e os esforços em se consolidar como um polo de formação universitária. Atualmente, são aplicados cerca de R$ 15 milhões anuais na estrutura da Cidade Universitária e na Faculdade Municipal Miguel Ângelo da Silva Santos (FeMASS), sem contar os valores depositados na educação de base e seus 40 mil alunos.
Esse processo percorre as últimas duas décadas, desde fundação da FeMASS, surgida da necessidade dos estudantes locais de buscar uma graduação numa época em que para perseguir a maioria das carreiras era preciso deixar a cidade rumo aos grandes centros. De lá para cá, porém, diversas instituições pousaram em Macaé, mas a criação da Cidade Universitária lançou o município a outro patamar, ao reunir num mesmo complexo os campi de UFF, UFRJ e Uerj, além da FeMASS.
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“É um mercado que nunca deixou de crescer, mesmo com a decadência de outros setores. Além da importância óbvia de se investir na educação. O retorno é visto no desenvolvimento da cidade em todos os aspectos, social, econômico, tecnológico, cultural”, observa Marcio Magini, secretário de Ensino Superior de Macaé.
Não são necessários muitos números para supor que assim seja. A Cidade Universitária é destino diário de cinco mil estudantes, em 18 cursos de graduação, extensão e pós. Desses, 1,4 mil são da FeMASS, foco de especial dedicação da secretaria de Educação, por ser fundamental elo e porta de entrada dos alunos da rede pública e jovens adultos à formação acadêmica.
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Se nas universidades estadual e federais há muitos alunos de fora da cidade, o que é algo positivo, na FeMASS 70% dos matriculados são macaenses. A relevância desse dado é evidente: capacitação, qualificação, crescimento social e econômico da população local, posto que é certo a grande maioria desses graduados transformarem seu capital humano em ganhos concretos na própria comunidade.
Nesse sentido também vai a concepção da Casa do Estudante, antigo hotel transformado em residência para 73 universitários de outros municípios que de outra forma não teriam condições de manter seus estudos. Cada um deles absorve mensalmente R$ 700 da prefeitura. Dinheiro bem aplicado, tem convicção Magini.
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“Essas pessoas, ao se sentirem acolhidas pela cidade e a população, muitas delas resolvem fixar residência aqui depois de formadas, contribuindo ainda mais para o nosso desenvolvimento”, diz o secretário, que é professor de engenharia da UFRJ. “A educação é o único caminho para avançar”.