Sete vereadores votaram contrário ao regime de urgência. Os parlamentares terão três dias úteis para fazer emendas e a votação terá de ocorrer em 20 dias - Divulgação
Sete vereadores votaram contrário ao regime de urgência. Os parlamentares terão três dias úteis para fazer emendas e a votação terá de ocorrer em 20 diasDivulgação
Por O Dia
Macaé - “Só por ser oposição?” O embate travado desde a semana passada pela Câmara Municipal de Macaé sobre as duas propostas do governo em ampliar a assistência oncológica na cidade, foge por completo ao real significado de se garantir em Macaé o tratamento adequado a cerca de 75 pacientes que deixam o município todos os dias, para serem atendidos por hospitais contratualizadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Campos dos Goytacazes, Cabo Frio e Rio de Janeiro.
Desde o início, os pedidos de urgência na tramitação dos projetos que definem recursos para o tratamento de quimioterapia e trazem a excelência da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACOM) para Macaé, foram encarados pelo plenário do Legislativo como uma iniciativa audaciosa, embora a cidade tenha capacidade técnica, não só de receber uma equipe médica especializada em atender pacientes oncológicos, como uma rede de apoio com referência comprovada, através do Hospital Público Municipal (HPM) e do Centro de Especialidades Médicas Dona Alba.
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Apesar do conceito do programa “Oncologia para todos” ter em sua essência a humanização e a inovação de se municipalizar mais uma assistência cuja atribuição é direta do Ministério da Saúde, os projetos foram tratados com viés político, sendo utilizado como um instrumento de enfrentamento ao governo que se preocupa em acabar com a rotina de viagens e de sofrimento encarada pelos pacientes oncológicos da cidade.
Na terça-feira (19), a Câmara votou o pedido de urgência do projeto de lei, assinado pelo prefeito Dr. Aluízio dos Santos, que propõe o convênio com a UNACOM, para que as sessões de quimioterapia sejam realizadas na cidade.
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A proposta, que tem como base a resolução 140 publicada pelo Ministério da Saúde em 2014, permitirá que os mesmos 75 pacientes que viajam todos os dias, possam ser tratados em Macaé, próximos de suas casas, amparados por toda a cobertura que a rede de saúde do município tem a oferecer.
O projeto, que aos olhos dos pacientes se tornaria o principal alívio diante de uma rotina de luta e desgastes, sofreu resistência no plenário de sete vereadores que se posicionaram contra o pedido de urgência na tramitação da proposta, são eles: Márcio Bittencourt (MDB), Robson Oliveira (PSDB), Marcel Silvano (PT), Maxwell Vaz (SD), Marvel Maillet (REDE), Renata Paes (PSC) e José Prestes (Cidadania).
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Vereador Márcio Bittencourt é paciente oncológico da rede particular - Divulgação
Sem a urgência, o projeto entraria em uma fila de dezenas de outras matérias a serem analisadas pela Câmara Municipal que entra na reta final dos trabalhos legislativos de 2019. Apontando o real sentido de toda luta para instituir o tratamento oncológico na cidade, o prefeito Dr. Aluízio utilizou a sua conta no Twitter para assegurar que o objetivo primordial é se colocar no lugar do outro.
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“Difícil entender como alguém consegue ser contra o tratamento oncológico pelo SUS. Não é por ignorância. Só por ser oposição? Pequeno demais”, escreveu.