Publicado 31/08/2021 08:28
Magé - O lema "Em briga de marido e mulher, eu salvo a mulher" também vai passar a ser seguido pelos 48 guardas municipais de Magé, em sua maioria formada por homens. Os agentes começaram a participar, nesta segunda-feira (30), na Escola Municipal Denise Malinosky, da capacitação promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos para sensibilizar o contingente a acolher as mulheres vítimas de violência de gênero. O evento, que segue nesta terça-feira (31) para outro grupo de guardas municipais, faz parte do encerramento do "Agosto Lilás" no município.
Para o secretário municipal de Segurança Pública, sargento Antonio Lopes, os guardas municipais terão condições de agir em relação à violência contra as mulheres, a partir das palestras da promotora Érika Puppin, da 2ª Promotoria de Justiça de Magé e do sargento Leandro Driusso, da Patrulha Maria da Penha, do 34º BPM (Magé).
“Este evento foi muito importante, pois os guardas viram aqui como se inicia uma violência contra a mulher e poderão, a partir de agora, perceber se está acontecendo algum crime quando virem algum homem conversando com uma mulher de forma mais áspera e levar o agressor para a delegacia”, disse o secretário.
Os palestrantes também destacaram a importância de capacitar os guardas municipais para coibir a violência contra as mulheres.
“Este trabalho é fundamental no cumprimento da Lei Maria da Penha, que prevê a capacitação continuada dos agentes de Segurança Pública na contenção da violência contra a mulher. Por isso é extremamente importante que eles estejam capacitados para acolher as vítimas e encaminhar para o tratamento adequado da Assistência Social, da polícia e da Justiça”, explicou a promotora.
“Esta integração de todos nós, Polícia Militar, Prefeitura e Justiça, é essencial para maximizar os resultados na nossa cidade. Estou muito satisfeito de participar desta capacitação e transmitir a mensagem e nossa experiência de combate à violência contra a mulher”, disse o sargento Driusso.
A secretária municipal de Assistência Social, Flávia Gomes, destacou a importância de desconstruir o conceito generalizado do machismo, base da violência de gênero.
“Nós sabemos como esta questão do machismo foi historicamente construída, mas é preciso que os homens entendam que isto não cabe mais. Nós, mulheres, somos detentoras de direitos constitucionais como os homens. Então, eles precisam desconstruir a falsa superioridade para acabarmos com a desigualdade de gênero e a violência contra a mulher”, ressaltou a secretária.
A primeira-dama do Município, Lara Torres, também participou do evento e parabenizou a equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social. Ela já anunciou que Magé vai ganhar o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), em outubro. A unidade para acolher e atender às mulheres vítimas de violência, com diversos serviços e em espaço exclusivo, vai funcionar no CRAS de Piabetá, ao lado da 66° DP.
Números– Os dados mais recentes de 2019 (relativos a crimes de 2018) do Dossiê Mulher, documento do Instituto de Segurança Pública (ISP) que mapeia os dados oficiais da violência contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro, apontam que 1.023 mulheres sofreram lesão corporal em Magé e Guapimirim e outras 777 foram ameaçadas pelos crimes caracterizados como violência de gênero. Vinte e uma foram vítimas de tentativa de feminicídio e cinco foram assassinadas nas duas cidades juntas, que fazem parte da Área Integrada de Segurança Pública (AISP) 34.
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