Publicado 22/10/2021 21:42 | Atualizado 22/10/2021 22:13
Durante a pandemia, o ensino nas escolas foi fortemente afetado e alunos de todo o Brasil, em especial aqueles que passam parte do dia em instituições, sofreram com o novo normal. Em algumas cidades, o governo em apoio a estas famílias, começou a distribuir cestas básicas para ajudar na alimentação dos alunos dentro de casa. A cidade de Mesquita foi uma delas, mas desde outubro do ano passado este benéfico prometido não chega nas mãos dos responsáveis.
“Estamos desde outubro do ano passado sem se quer receber uma cesta básica e nem o cartão de compras prometido pela Prefeitura. Tem família passando fome, e cadê as autoridades? O auxilio é um direito de todos, pagamos impostos para isso”, disse Mariana de Alcântara, mãe de um aluno.
Segundo os responsáveis, o cartão alimentação distribuído pela Prefeitura de Mesquita também apresentou falhas. Alguns empreendimentos da cidade não estavam aceitando o recurso municipal. O maior agravante é o valor mensal repassado para cada aluno, que era de apenas 60 reais.
A moradora do bairro Banco de Areia contou que, assim como ela, muitos responsáveis conhecidos começaram a procurar serviços extras para somar e contribuir com a alimentação diária. No momento, a mesquitense exerce a função de cuidadora de idosos.
“Tivemos que abrir um chamado para conseguir utilizar o cartão nos empreendimentos onde os produtos são mais baratos. O valor é pequeno e não estava dando pra comprar muitos itens para as refeições diárias. Se as cestas prometidas continuassem sendo repassadas, até ajudaria no dia a dia, mas o combinado não aconteceu. Eu e um grupo de mães já fomos na Prefeitura e na Câmara realizar reclamação, mas nada adianta”, relatou Renata de Jesus, moradora do bairro Coreia.
Material didático
Atualmente, as aulas da rede municipal de ensino estão ocorrendo em formato híbrido, ou seja, uma semana em casa, outra na própria instituição. Além da problemática de que alguns alunos não possuem internet em casa, pais e responsáveis questionaram o material distribuído pela prefeitura.
“O material didático que eles chamam de apostila vem em folhas de ofício, totalmente mal distribuídas e organizadas. A Educação do nosso município está deixando a desejar há muito tempo. O slogan que o executivo usa de “O melhor município” é tudo mentira”, alegou a moradora do bairro Banco de Areia.
O Tribunal de Justiça do Estado publicou no último mês uma declaração exigindo a recontratação de servidores da educação de Mesquita que, supostamente, teriam sido demitidos pelo Secretário municipal de governança da Prefeitura, Jorge Miranda.
Após denúncias e reivindicações apontadas por educadores e responsáveis de alunos, o município vem sendo vistoriado pela comissão de educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) e representantes do SEPE.
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