Publicado 24/02/2018 03:00
Síria - Ontem foi o sexto dia seguido de bombardeio em Ghuta Oriental, um dos últimos redutos rebeldes na Síria. A região, próxima à capital, tem sido atacada sem clemência pelos aviões do governo de Bashar al-Assad. Enquanto civis sofrem já passa de 400 o número de mortos , potências não se entendem. Votação prevista para ontem no Conselho de Segurança da ONU, a fim de garantir uma trégua para auxiliar a população, foi adiada para hoje. Segundo o secretário-geral Antonio Guterres, Ghuta virou "um inferno".
A Turquia pediu ontem à Rússia e ao Irã, principais aliados do presidente sírio, que contenham os ataques. "Rússia e Irã devem deter o regime", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, considerando que a ofensiva em Ghuta Oriental e na província rebelde de Idlib é contrário aos acordos negociados por Ancara, Moscou e Teerã nas discussões de paz.
A União Europeia fez coro. Dirigentes de França e Alemanha solicitaram em carta comum apoio a resolução do Conselho de Segurança da ONU nesta linha. "O governo de (Bashar al) Assad ataca brutalmente homens, mulheres e crianças inocentes. Seus aliados Rússia e Irã lhe deixam agir. Urgimos que façam essa violência parar. A UE pede cessar-fogo imediato", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o comportamento de Rússia e Irã na Síria é "uma vergonha". "Direi a vocês que o que Rússia, Irã e Síria passaram recentemente é uma vergonha humanitária. Nós estamos ali por uma razão, eliminar o EI e depois irmos para casa. Mas o que esses países estão fazendo é uma vergonha", declarou Trump.
Assad se faz de surdo
Mas o regime Assad ignora sistematicamente os apelos internacionais para acabar com o banho de sangue na região. Nesta sexta, os bombardeios deixaram 32 mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. "O balanço pode aumentar, pois há muitos feridos em estado crítico e vítimas sob os escombros", alertou a a ONG.
Os cerca de 400 mil habitantes de Ghuta, submetidos a um asfixiante sítio do regime desde 2013, sofrem com a escassez de alimentos e medicamentos. Mais de 13,1 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária, incluindo os 6,1 milhões de deslocados dentro do país desde o início, em 2011, de uma guerra civil que matou mais de 340 mil pessoas.
Hala, 9, receives treatment at a makeshift hospital following Syrian government bombardments on rebel-held town of Saqba, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018. / AFP PHOTO / AMER ALMOHIBANYAFP/AMER ALMOHIBANY
Wounded two-and-half Syrian child Mohammed Malas lies at a makeshift clinic following Syrian government bombardments in Kafr Batna, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018.
The Syrian regime rained rockets and bombs on Eastern Ghouta, killing several civilians as international pressure mounted to stop the carnage in the rebel-held enclave. / AFP PHOTO / Ammar SULEIMANAFP/Ammar SULEIMAN
EDITORS NOTE: Graphic content / A Syrian man on crutches walks down a street as smoke billows in the rebel-held town of Douma, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus, following air strikes by regime forces on the area on February 23, 2018. / AFP PHOTO / HAMZA AL-AJWEHAFP/HAMZA AL-AJWEH
Syrian children stand amidst debris in Hamouria, in the rebel-held besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018.
The death toll for five days of bombardment by the Syrian regime and its allies on the rebel-held enclave of Eastern Ghouta passed the 400 mark today, a monitor said. / AFP PHOTO / ABDULMONAM EASSAAFP/ABDULMONAM EASSA
Syrian children stand amidst debris in Hamouria, in the rebel-held besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018.
The death toll for five days of bombardment by the Syrian regime and its allies on the rebel-held enclave of Eastern Ghouta passed the 400 mark today, a monitor said. / AFP PHOTO / ABDULMONAM EASSAAFP/ABDULMONAM EASSA
EDITORS NOTE: Graphic content / A Syrian medic treats a wounded child at a makeshift hospital in the rebel-held town of Douma, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus, following air strikes by regime forces on the area on February 23, 2018.
Syrian regime air strikes and artillery fire hit the rebel-held enclave of Eastern Ghouta for a sixth straight day killing dozens of civilians, as the world struggled to reach a deal to stop the carnage. / AFP PHOTO / HAMZA AL-AJWEHAFP/Hamza AL-AJWEH
Smoke billows following Syrian government bombardments on Kafr Batna, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018. / AFP PHOTO / AMER ALMOHIBANYAFP/AMER ALMOHIBANY
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