O Iraque ordenou a apreensão dos bens do falecido ditador Saddam Hussein e de 4.257 ex-funcionários de alto escalão do regime derrubado durante a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003 - informa um comunicado oficial divulgado nesta segunda-feira.
A lista de autoridades foi estabelecida pela instância encarregada no Iraque de perseguir os antigos membros do partido Baath de Saddam Hussein. Também estão incluídos pais, mulheres, filhos e netos.
Depois da queda de Saddam, as Forças Armadas e as novas autoridades confiscaram várias propriedades da família de Saddam Hussein e de outros dirigentes.O decreto busca oficializar a apreensão desses bens.
Estão listados 52 autoridades de alto escalão, assim como o conjunto de governadores ao longo dos cerca de 25 anos do regime Hussein, dirigentes do Baath e generais das forças de segurança.Entre estes últimos está Ahmad Saddag, ex-general de brigada, que depois da queda de Hussein dirigiu a Polícia na província de Al-Abar até 2015, quando morreu combatendo o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Já entre os dignatários aparecem Ali Hassan al-Majid, primo de Saddam, conhecido como "Ali, o químico", executado em 2010, e o meio-irmão de Hussein, Barzan Ibrahim al-Hassan, também enforcado.Figura ainda Tarek Aziz, ex-ministro das Relações Exteriores, único membro cristão do governo de Hussein, que ficou preso de 2003 até seu falecimento em 2015.
O filho de Tarek Aziz, Zyad Tarek Aziz, disse à AFP que se trata de uma decisão que "busca apenas obter votos nas próximas eleições legislativas", previstas para 12 de maio. "Há 15 anos somos vítimas de pressões, marginalização e injustiça. Chega!", declarou por telefone, da Jordânia, onde vive.
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