Por AFP
Publicado 20/05/2018 20:59 | Atualizado 20/05/2018 21:01

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se encaminha para a reeleição, apesar da profunda crise atravessada pelo país, após uma votação com moderada participação, boicotada pela oposição e não reconhecida por grande parte da comunidade internacional.

A votação deveria terminar oficialmente às 18h (19h de Brasília), mas algumas escolas onde havia filas de eleitores ainda permaneciam abertas em várias partes do país. Maduro havia indicado mais cedo que os locais de votação continuariam a atender as pessoas que estavam na fila após o final do horário oficial.

O dia transcorreu de forma tranquila e com um moderado comparecimento dos eleitores. Depois de votar em uma escola da zona oeste de Caracas, Maduro advertiu que "a vontade do povo venezuelano será respeitada aqui e no mundo". Também pediu o fim da "feroz campanha" dos Estados Unidos e de vários países contra seu governo.

"Teu voto decide: votos ou balas", completou Maduro, que deseja derrotar os apelos de abstenção promovidos pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). Quase 20,5 milhões de eleitores estão registrados para votar em uma eleição antecipada e de apenas um turno, que definirá um novo mandato de seis anos a partir de janeiro de 2019.

A MUD se recusou a participar por considerar o processo uma "fraude" para perpetuar Maduro no poder. Mas o ex-chavista Henri Falcón ignorou a determinação e é o principal rival do presidente nas urnas. Com uma oposição dividida e seus principais líderes sem direitos políticos ou presos, além de um vasto poder institucional, com os militares à frente, Maduro tem tudo para conquistar um novo mandato, de acordo com os analistas.

Quase todas as pesquisas apontam empate técnico entre Falcón e Maduro, mas uma elevada taxa de abstenção favoreceria o presidente, já que o chavismo tem o voto fiel de 25% do eleitorado. O terceiro candidato é o pastor evangélico Javier Bertucci. Mas o clima nas ruas é de apatia: o cenário de apagões, falta de comida, remédios, transporte e água, hiperinflação, com um salário mínimo que permite a compra de um quilo de leite em pó, provocou uma emigração em massa nos últimos quatro anos.

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