Washington - A secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) da ONU, Alicia Bárcena, disse ontem que a América Latina precisa pensar seriamente em legalizar as drogas para diminuir o custo humano da proibição.
Milhares de pessoas no continente já morreram em decorrência da violência gerada pelo tráfico e pelo esforço de controlar esse comércio.
"A legalização das drogas seria boa para quem? Para a América Latina e o Caribe, pelo amor de Deus. Porque a ilegalidade é o que está matando as pessoas. É hora de cogitar seriamente legalizar as drogas", declarou Alicia no forúm sobre a América Latina, em Paris.
Alicia ainda disse que a América Latina "tem maturidade suficiente para buscar seus próprios caminhos e construir instituições mais ligadas à nossa realidade (...) temos que compreender a fundo quais são nossas desigualdades, porque estamos copiando modelos institucionais de realidades que não são iguais".
"A América Latina tem dois problemas: a falta de produtividade e a desigualdade, que é o problema de fundo, porque na nossa região prevalece a cultura do privilégio, que naturaliza a desigualdade e faz com que as pessoas sejam descriminadas pela raça, pelo gênero, pela religião, pela condição socioeconômica", afirmou a mexicana.
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