Washington - A primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, criticou a política migratória de tolerância zero do governo de seu marido e disse que odeia ver famílias separadas na fronteira do país. Ela afirmou esperar que democratas e republicanos possam reformar as leis de imigração americana, informou um comunicado de seu gabinete no domingo.
A porta-voz da primeira-dama, Stephanie Grisham, afirmou que Melania acredita que os EUA precisam "ser um país que segue todas as leis, mas também um país que governa com o coração".
A declaração sugere que a questão migratória deve ser tratada pelo Congresso, mas legisladores democratas afirmam que nenhuma lei determina a separação de crianças e pais na fronteira.
A separação é consequência de uma nova política do governo de Donald Trump, que entrou em vigor em maio, buscando maximizar os processos criminais contra pessoas pegas em flagrante tentando entrar nos EUA ilegalmente - o secretário de Justiça, Jeff Sessions, chamou a política de "tolerância zero". Mais adultos foram presos e, como resultado, foram separados de seus filhos.
A ex-primeira-dama republicana Laura Bush se juntou às críticas, chamando a política de separação de "cruel" e "imoral". Em uma coluna para o Washington Post, ela comparou o caso aos campos de internação para nipo-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.
A participação no debate político é incomum tanto para Melania quanto para Laura. Segundo estatísticas do governo americano, cerca de 2 mil meninos e meninas foram separados de seus parentes durante um período de seis semanas, entre abril e maio
A porta-voz da primeira dama divulgou o comunicado depois que imagens de crianças chorando foram mostradas nos canais de televisão e mídia online por vários dias. Na sexta-feira, o presidente Trump disse odiar que as crianças sejam levadas de seus pais, mas culpou o Partido Democrata pela lei que estabelece a separação.