Príncipe William come em recepção durante visita à cidade de Ramallah, na CisjordâniaAFP photo / Pool / Abbas Mommani
Por AFP
Publicado 27/06/2018 17:08 | Atualizado 27/06/2018 17:54

Ramallah - Sua visita era para ser apolítica, mas o príncipe William pareceu sacudir a usual linguagem diplomática ao chamar os Territórios palestinos de "país", durante seu encontro com o presidente Mahmoud Abbas em Ramallah.

Após ter sido recebido pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no dia anterior em Jerusalém, o duque de Cambridge deu prosseguimento na Cisjordânia, ocupada por Israel, à primeira visita oficial de um membro da família real britânica a Israel e aos Territórios palestinos.

Suas primeiras palavras dirigidas ao presidente palestino destoaram do discurso comumente usado por diplomatas ocidentais diante das complexidades linguísticas do conflito israelense-palestino.

"Obrigado por me receberem. Estou muito feliz com a estreita colaboração entre nossos dois países e com os sucessos alcançados nos campos da educação e da ajuda humanitária", disse ele, falando sem consultar anotações.

A comunidade internacional geralmente se abstém de se referir aos Territórios Palestinos como um Estado ou um país.

A Assembleia Geral das Nações Unidas concedeu em 2012 o status de Estado observador não-membro à Palestina. Os Territórios Palestinos devem, um dia, formar um Estado independente a que os palestinos aspiram.

O ministério das Relações Exteriores britânicos nem os serviços do príncipe comentaram tais declarações.

Sua visita ocorre pouco mais de um mês após a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, que endossou o reconhecimento do presidente Donald Trump da cidade como a capital de Israel, uma decisão vigorosamente contestada pelos palestinos.

Membros da direita israelense criticaram o fato de que parte da visita do príncipe a Jerusalém Oriental e à Cidade Velha na quinta-feira foi apresentada pelos britânicos como ocorrendo nos Territórios Palestinos ocupados.

A anexação de Jerusalém Oriental por Israel nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, que considera Jerusalém Oriental como território.

 

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