Moscou - A detenção nos Estados Unidos da russa Maria Butina, acusada de tentar influenciar organizações políticas americanas em benefício de Moscou, visa a "minimizar o efeito positivo" da cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin - alegou a diplomacia russa, nesta quarta-feira.
"Isso aconteceu com o objetivo claro de minimizar o efeito positivo" da cúpula entre os dois dirigentes, realizada segunda-feira em Helsinque, afirmou a porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, em entrevista coletiva nesta quarta.
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"Isso dá a impressão de que alguém, com seu relógio e sua calculadora, calculou não apenas a data, mas o horário, para que essa história apareça ao máximo", disse ela, acrescentando que "parece que o FBI obedece abertamente a uma ordem política".
Maria Butina, de 29 anos, foi detida no domingo nos EUA por ter agido "como agente de uma autoridade de um governo estrangeiro". Ela compareceu à Justiça na segunda-feira, em Washington.
O anúncio de sua detenção foi feito algumas horas depois da cúpula entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, durante a qual Trump pareceu isentar seu colega russo das acusações da Justiça e da comunidade de Inteligência americanas da ingerência de Moscou na eleição presidencial de 2016.
Butina é denunciada por ter-se "infiltrado em organizações" políticas para "promover os interesses da Federação da Rússia", segundo a ata de acusação que faz referência a uma "organização militante pelo direito ao porte de arma".
Maria não teria revelado oficialmente, como exige a lei, que trabalhava para o governo russo.
A Rússia recebeu essa nova detenção com "preocupação", declarou Maria Zakharova.
A Rússia "está tomando todas as medidas possíveis para proteger os direitos dessa cidadã russa", acrescentou a porta-voz, indicando que "a embaixada da Rússia em Washington insiste em um encontro consular com Maria Butina".