'Dias de glória com muita emoção com doses de surpresas', escreveu Daniel Guerra ao chegar a Cabo Verde - Reprodução/ Facebook
'Dias de glória com muita emoção com doses de surpresas', escreveu Daniel Guerra ao chegar a Cabo VerdeReprodução/ Facebook
Por Agência Brasil

Brasília - Os três brasileiros condenados a dez anos por tráfico internacional de drogas em Cabo Verde continuam presos na Cadeia Central de São Vicente, no país africano, e aguardam recursos que possam reverter a situação. O presidente Michel Temer conversou sobre o assunto na terça-feira com o presidente de Cabo Verde, Jorge Fonseca, mas disse que não poderia entrar no mérito da questão por cautelas diplomáticas em respeito à soberania do país.

Os velejadores Daniel Felipe da Silva Guerra, Rodrigo Lima Dantas e Daniel Ribeiro Dantas foram detidos em agosto do ano passado em Cabo Verde, enquanto faziam uma travessia de barco pelo Oceano Atlântico. Eles saíram do Brasil com destino à cidade portuguesa de Açores, mas quando fizeram uma parada na cidade de Mindelo, as autoridades cabo-verdianas encontraram mais de uma tonelada de cocaína escondida no veleiro.

A defesa dos brasileiros busca reverter a decisão do 1º Juízo-Criminal do Tribunal da Comarca de São Vicente, que condenou cada um dos três e um capitão francês, que viajava com eles, a dez anos de detenção. No Brasil, uma rede de apoio aos velejadores foi formada desde antes de março deste ano, quando saiu a condenação. Os brasileiros afirmam que foram vítimas de uma rede internacional de tráfico de drogas.

Embarcação vistoriada no Brasil

Os advogados dos brasileiros sustentam que a embarcação foi vistoriada minuciosamente pela Polícia Federal antes de sair do Brasil, mas os documentos produzidos no Brasil não teriam sido utilizados pela Justiça de Cabo Verde. De acordo com o Itamaraty, a embaixada brasileira forneceu às autoridades de Cabo Verde, "tão logo recebida, toda a documentação produzida pelas autoridades policiais e judiciais brasileiras envolvidas no caso".

"A Embaixada do Brasil em Praia e o cônsul honorário do Brasil em São Vicente e Santo Antão acompanham as audiências judiciais e mantêm contato permanente com os cidadãos brasileiros", informou o ministério das Relações Exteriores, acrescentando que tem prestado assistência consular às famílias.

Ao visitar o país, o presidente Temer disse estar preocupado com o caso. O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) esteve na segunda-feira no país africano, onde visitou os brasileiros presos e suas famílias, que estão em Cabo Verde à espera de uma definição sobre o caso.

“Vi que eles estão realmente indignados com tudo que está acontecendo, mas confiantes no Judiciário de Cabo Verde. Em respeito à soberania e instituições do país, queremos deixar bem claro que o que queremos é que o inquérito que a Polícia Federal brasileira promoveu no país, que leva à inocência dos jovens velejadores, possa ser considerado nos autos do Judiciário local daqui. Portanto, nossa confiança para que se possa promover Justiça e eles sejam libertados no momento próprio”, afirmou.

Os baianos Rodrigo e Daniel Dantas, e o gaúcho Daniel Guerra foram contratados por uma agência holandesa de tripulação para transportarem um veleiro, com a intenção de acumularem experiência em navegação. A travessia durou 18 dias. De acordo com o movimento que pede a liberdade dos velejadores, o barco pertence a um inglês conhecido como Mr. Fox, que estaria foragido.

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