Papa FranciscoAFP PHOTO / Vincenzo PINTO
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Publicado 28/07/2018 11:15 | Atualizado 28/07/2018 11:15

Vaticano - O Papa Francisco aceitou neste sábado a renúncia do cardeal norte-americano Theodore McCarrick como membro do Colégio de Cardeais após acusações de abuso sexual. O cardeal foi orientado a manter 'uma vida de orações e penitência' em uma casa a ser designada pelo pontífice até que o julgamento da igreja seja realizado, anunciou o Vaticano.

Francisco reagiu rapidamente após receber a carta de renúncia de McCarrick na tarde de sexta-feira, diante de uma série de acusações contra o cardeal de 88 anos de idade. Segundo relatos de vítimas, ele teria abusado sexualmente de meninos e seminaristas durante sua distinta carreira clerical. As revelações testam as recentes declarações do pontífice sobre combate ao que ele chamou de "cultura do acobertamento" de abusos na hierarquia da Igreja Católica.

McCarrick está afastado de suas funções desde 20 de junho, enquanto a polícia investiga alegações de que ele teria acariciado um adolescente 40 anos atrás na cidade de Nova York. O homem, que tinha 11 anos na época do início dos abusos, afirma que o relacionamento abusivo continuou por mais duas décadas. McCarrick tem negado as acusações.

Em sua longa carreira o sacerdote ocupou diversas posições na Igreja Católica dos EUA, de auxiliar do bispo da cidade de Nova York, a bispo em Metuchen, Nova Jersey, depois arcebispo de Newark, Nova Jersey, e então chegando a Washington, capital do país, cidade onde o embaixador papal para os EUA está baseado.

Embora a maior parte dos escândalos de pedofilia dentro do Clero envolva padres, denúncias também tem atingido bispos e cardeais, incluindo o cardeal George Pell, da Austrália, um dos conselheiros mais próximos do papa Francisco, que agora é alvo de um processo criminal em seu país.

No caso do cardeal escocês Keith O'Brien, acusado por ex-seminaristas em 2013 de má conduta sexual, o Papa Francisco somente aceitou sua renúncia depois da promotoria do Vaticano ter concluído suas investigações, dois anos após o surgimento das primeiras denúncias. 

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