Ato contra Supremacia Branca marcou o aniversário de um ano de um confronto mortal entre supremacistas brancos e natifascistas (Win McNamee / Getty Images / AFP) - AFP photo/ Logan Cyrus
Ato contra Supremacia Branca marcou o aniversário de um ano de um confronto mortal entre supremacistas brancos e natifascistas (Win McNamee / Getty Images / AFP)AFP photo/ Logan Cyrus
Por O Dia

Washington - A cidade de Charlottesville, em Virgínia, nos Estados Unidos, planeja marcar um ano da marcha de supremacistas brancos com um protesto contra o ódio racial neste domingo. Mas a cerca de 185 quilômetros, em Washington, o principal organizador do evento "Unir a direita" do ano passado, Jason Kessler, realizará uma "uma marcha pelos direitos civis brancos", e a polícia se prepara para multidões de manifestantes contrários.

Na noite deste sábado no campus da Universidade da Virginia houve um breve e tenso confronto com estudantes e outros ativistas irritados com a forte presença de forças de segurança. Eles apresentaram uma faixa com os dizeres "No ano passado eles vieram com tochas. Este ano eles chegaram com distintivo" e "Por que você está usando equipamento anti-tumulto? Não vemos nenhum tumulto aqui." Mais de 200 pessoas marcharam para outra parte do campus, onde muitos gritaram contra uma fileira de oficiais.

O presidente americano, Donald Trump, expressou no sábado seu repúdio a todo o tipo de racismo, no dia do aniversário dos distúrbios sangrentos em Charlottesville, na Virgínia, ocorridos após uma marcha organizada por grupos neonazistas.

"Os distúrbios em Charlottesville de um ano atrás causaram mortes insensatas e divisão", publicou Trump em sua conta no Twitter.

Ele foi duramente criticado no ano passado por não ter condenado claramente os manifestantes neonazistas após os incidentes de agosto de 2017.

"Devemos estar unidos como nação. Condeno todo o tipo de racismo e ato de violência. Paz para TODOS os americanos", acrescentou em sua mensagem, lançada antes da manifestação que os neonazistas têm prevista para este domingo em frente à Casa Branca.

Ativistas apresentaram uma faixa com os dizeres 'No ano passado eles vieram com tochas. Este ano eles chegaram com distintivo' - AFP photo/ Logan Cyrus

O senador democrata pelo estado de Virgínia Mark Warner insistiu em que Trump deixou o caminho livre para que os nacionalistas brancos difundissem "ódio e intolerância".

"Estes propagadores de ódio e fanatismo se animaram a tornar pública sua mensagem, devido a um presidente que se negou a condená-los categórica e inequivocamente em termos claros", tuitou.

No sábado à noite, Ivanka Trump, filha do presidente, também se manifestou online. "Há um ano em Charlottesville fomos testemunhas de uma desagradável demonstração de ódio, racismo, intolerância e violência", tuitou.

"Enquanto os americanos têm a bênção de viver em uma nação que protege a liberdade, a liberdade de expressão e a diversidade de opinião, não há lugar para a supremacia branca, o racismo e o neonazismo em nosso grande país", completou.

Há um ano, a rede ultraconservadora "Unite the Right" obteve autorização para organizar uma manifestação em Charlottesville contra um projeto da prefeitura de remover uma estátua do general confederado Robert E. Lee. Ao fim da passeata, houve choques entre supremacistas brancos e contramanifestantes.

Um simpatizante neonazista avançou com seu carro na direção dos manifestantes contrários ao racismo, matando Heather Heyer, de 32 anos, e deixando 19 feridos.

Ativistas com bandeira ' As vidas negras importam' se preparam para se dirigir à multidão durante um comício no campus da Universidade da Virgínia - AFP photo/ Logan Cyrus

Depois do protesto e dos distúrbios, Trump foi criticado por ter estabelecido inicialmente uma equivalência moral entre ambos os grupos de manifestantes, sem condenar diretamente os supremacistas brancos.

No dia seguinte, disse que havia "culpa de ambas as partes" pela violência na Virgínia, que os antirracistas chegaram "com pedaços de pau em suas mãos", e considerou que "havia gente muito boa em ambos os lados".

No primeiro aniversário do ocorrido, a rede Unite the Right prevê uma nova manifestação para este domingo, desta vez nos arredores da Casa Branca. Já os contramanifestantes irão se reunir na praça Lafayette, localizada em frente à residência presidencial. Policiais serão mobilizados para evitar que os dois grupos entrem em contato.

Como precaução, após terem ficado sobrecarregadas durante os distúrbios de 12 de agosto de 2017, as autoridades decidiram declarar o estado de emergência tanto em Chalottesville como em toda Virgínia para ajudar na mobilização de agentes e recursos na cidade e no estado.

Em Charlottesville, as autoridades dispuseram uma importante presença de agentes de segurança, com patrulhamentos e colocação de cercas e barreiras de concreto no centro da cidade.

Duas pessoas foram presas, uma por ultrapassar o perímetro de segurança, e outra, por conduta alvoroçada. Ambas foram liberadas e receberam citações por faltas menores.

Marcha perto da Universidade da Virgínia, um ano após o violento comício nacionalista que deixou uma pessoa morta e dezenas de feridos, em Charlottesville, Virgínia - AFP photo/ Logan Cyrus

Neste sábado, manifestantes antifascistas realizaram uma marcha pacífica na cidade, e muitas pessoas deixaram flores em um memorial em homenagem a Heather Heyer.

*Com informações do Estadão Conteúdo e da AFP

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