Ex-fuzileiro naval, Ian David Long, de 28 anos, abriu fogo em um bar de música country e matou 12 - Reprodução/ Rede Social
Ex-fuzileiro naval, Ian David Long, de 28 anos, abriu fogo em um bar de música country e matou 12Reprodução/ Rede Social
Por AFP

Washington - O autor dos disparos que matou doze pessoas na noite desta quarta-feira em um bar de música country durante uma festa universitária foi identificado pela polícia. Ian David Long, de 28 anos, é um ex-fuzileiro naval que serviu no Afeganistão. Os vizinhos disseram à ABC News que ele usava seu nome do meio.

"Não temos nenhuma ideia de suas motivações", declarou o xerife do condado de Ventura, Geoff Dean, acrescentando que não há "qualquer indício" de que ele mirou nos funcionários como alvo.

"Tivemos vários contatos com o sr. Long ao longo dos anos, eventos menores, uma colisão de tráfego", afirmou o xerife, lembrando que os policiais foram chamados à casa de Long por um distúrbio em abril deste ano.

A casa do ex-fuzileiro Ian David Long, acusado de abrir fogo em um bar de música country e matar doze pessoas, em Thousand Oaks, Califórnia - Robyn Beck / AFP

Nessa ocasião, "eles (os policiais) discutiram com ele. Ele estava, de um certo modo, furioso".

"Ele agia de uma maneira irracional", completou. Segundo o xerife, especialistas disseram ter tido a impressão de que Long pudesse sofrer de estresse pós-traumático ligado a seus antecedentes militares.

O suspeito foi encontrado morto no local, na cidade de Thousand Oaks, a noroeste do centro de Los Angeles.

"Acreditamos que ele se matou", concluiu Dean, explicando que o agressor não está sendo contabilizado entre as vítimas.

Ele abriu fogo em um bar lotado em Thousand Oaks, perto de Los Angeles. O número de feridos ainda não foi determinado e as vítimas não foram identificadas.

O homem entrou no Borderline Bar and Grill, onde acontecia uma festa universitária com "várias centenas" de jovens, segundo o capitão Garo Kuredjian, do gabinete do xerife do condado de Ventura. O xerife Geoff Dean disse à imprensa que havia sangue por todos os lados, no que descreveu como uma cena horrível.

O ataque aconteceu pouco mais de um ano depois de 58 pessoas terem morrido em um festival de música country em Las Vegas, quando um atirador abriu fogo de um hotel. Houve um estranho paralelo entre os dois tiroteios enquanto algumas das mesmas pessoas que saíram do bar, o Borderline Bar & Grill, disseram ter sobrevivido ao tiroteio na Las Vegas Strip, segundo o jornal The New York Times.

Pouco antes das 7 da manhã, autoridades chegaram ao bairro na área de Newbury Park, concentrando-se em uma casa particular, que eles isolaram com fita do crime.

Eles batem nas portas da vizinhança para descobrir informações sobre Long.

Uma vizinha disse à ABC que ele era um veterano que sofria de 'Transtorno de estresse pós-traumático'. "Eu não sei o que ele estava fazendo com uma arma", comentou. Outros disseram que Long vivia com sua mãe, segundo a TV local americana.

Sua arma, que parece ser uma pistola calibre 45, foi comprada legalmente, segundo a ABC News. 

Dean acrescentou que, entre as vítimas, 11 são pessoas que estavam no bar e o 12º é um policial que interveio no lugar. O agente foi um dos primeiros a chegar ao local. Ele foi atingido várias vezes quando entrou no bar, não resistiu aos ferimentos e faleceu algumas horas depois no hospital.

O presidente americano Donald Trump postou uma mensagem no Twitter em homenagem às vítimas e parabenizou as equipes. "Grande bravura mostrada pela polícia. A patrulha rodoviária da Califórnia estava em cena dentro de 3 minutos. O sargento do xerife morreu no hospital", escreveu. "Deus abençoe todas as vítimas e famílias das vítimas", acrescentou.

A dor das famílias

No local da tragédia, várias famílias procuravam notícias de parentes que estavam no interior do bar, caso de Jason Coffman, sem notícias do filho Cody, de 22 anos.

"A última vez que eu o vi, ele me disse 'tchau' e que foi para o Borderline", contou aos jornalistas, com a voz embargada.

Alguns minutos depois, Jason recebeu uma ligação telefônica e ficou aos prantos.

Uma testemunha não identificada citada pelo jornal "Los Angeles Times" indicou que o homem entrou no bar por volta das 23h30 locais e começou a atirar com uma "pistola preta".

"Atirou muito, pelo menos 30 vezes. Ainda ouvia os tiros quando todo o mundo havia deixado o bar", acrescentou.

Holden Harrah, um jovem de 20 anos, vai com frequência a esse estabelecimento.

"Eu vi o atirador. Ele estava vestido de preto, com óculos, camuflado. Ele sacou uma arma e começou a atirar", contou à AFP.

Matt Wennerstrom, um estudante de 20 anos, costumava frequentar o bar. Segundo ele, o atirador usou uma arma semiautomática. "Ele atirava tantas balas quanto ele conseguia e, enquanto ele recarregava, as pessoas tentavam fugir", relatou.

Outras testemunhas relataram que o agressor havia lançado uma bomba de fumaça.

Segundo uma testemunha, entrevistada pela rede CNN e em visível estado de choque, o atirador entrou pela porta principal do bar, disparou contra um segurança e depois contra uma mulher que recebia o público na entrada.

A maioria das testemunhas citadas pela imprensa americana eram estudantes universitários que descreveram cenas de pânico.

"Todo o mundo se jogou no chão rapidamente. Todo o mundo queria sair o mais rápido possível", disse à AFP uma jovem que escapou junto com uma amiga por uma janela da cozinha.

Trata-se do segundo tiroteio nos Estados Unidos em menos de duas semanas.

Há dez dias, 11 pessoas morreram em uma sinagoga na cidade de Pittsburgh, no pior ataque antissemita cometido nos Estados Unidos.

Você pode gostar