Alejandro Pizano morreu envenenado em escritório do pai, que morreu de infarto - Reprodução/ LinkedIn
Alejandro Pizano morreu envenenado em escritório do pai, que morreu de infartoReprodução/ LinkedIn
Por AFP

Bogotá - O filho de uma testemunha-chave no caso de corrupção da Odebrecht na Colômbia morreu envenenado com cianeto, dias depois do falecimento de seu pai, que aparentemente infartou. As informações foram divulgadas pela procuradoria do país na terça-feira.

A autopsia de Alejandro Pizano revelou seu envenenamento. Ele havia vindo de Barcelona, onde morava, para o enterro do pai.  Os dois morreram entre quinta-feira da semana passada e o último domingo. 

"As provas (...) indicam que a vítima foi exposta ao cianeto ao beber água em uma garrafa que estava no escritório de seu pai", informou a procuradoria.

Pessoas próximas à família informaram à procuradoria que após beber da garrafa, Pizano disse que sentiu um gosto amargo e minutos depois apresentou uma forte dor estomacal, morrendo a caminho do hospital.

Alejandro acabara de chegar da Espanha para ir ao enterro de seu pai, Jorge Enrique Pizano, ex-auditor financeiro da empresa associada à Odebrecht para a construção da Estrada do Sol II, que liga o centro ao norte do país.

Jorge Enrique Pizano era uma testemunha-chave do caso envolvendo os subornos pagos pela empreiteira brasileira para ganhar a licitação da obra milionária.

O ex-auditor sofria de câncer e sua morte havia sido atribuída a um infarto, mas o envenenamento do filho levou a promotoria a investigar os fatos.

Um canal de notícias revelou na segunda-feira que Pizano deixou informações - para o caso de falecer ou receber proteção no exterior - de que o atual procurador-geral da Nação, Néstor Humberto Martínez, sabia desde 2013, antes de chegar ao cargo, do esquema de corrupção da Odebrecht no país.

Em um vídeo gravado em 9 de agosto, Pizano diz que "os fatos e as verdades estão chegando à tona e mostrando como realmente existe um complô contra minha integridade como pessoa".

Em meados de outubro, o procurador encarregado do caso, Amparo Cerón, sofreu um acidente de trânsito durante suas férias e passou vários dias na UTI, ficando impedido de retornar à investigação.

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