Os fogos de artifício da véspera de Ano Novo surgem na icônica Harbour Bridge e Opera House de Sydney durante o show de fogos de artifício, em 1º de janeiro de 2019 - Peter Parks/ AFP
Os fogos de artifício da véspera de Ano Novo surgem na icônica Harbour Bridge e Opera House de Sydney durante o show de fogos de artifício, em 1º de janeiro de 2019Peter Parks/ AFP
Por AFP

Sidney - A Austrália, com um gigantesco espetáculo de fogos de artifício na baía de Sydney, foi um dos primeiros países a virar a página de um tumultuado 2018 e receber o novo ano cheio de incertezas.

Pouco depois, a China também entrou em 2019, enquanto a Europa ainda deve esperar algumas horas. Por ocasião de seu discurso de Ano Novo, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu continuar com as reformas e abrir seu país ainda mais ao resto do mundo: "o ritmo de nossas reformas continuará e a porta irá se abrir ainda mais".

Para as comemorações, Sydney, a maior cidade da Austrália, se iluminou com o maior espetáculo de fogos de artifício já celebrado em sua emblemática baía.

Uma quantidade recorde de artefatos pirotécnicos, assim como de cores e efeitos inéditos, iluminou o céu durante 12 minutos diante de um milhão e meio de espectadores, com o famoso edifício de arquitetura futurista da ópera ao fundo.

Para celebrar o ano internacional das línguas indígenas, em 2019, a baía de Sydney foi palco de cerimônias em homenagem às culturas aborígenes, com a projeção de animações nos pilares da Sydney Harbour Bridge.

Os japoneses compareceram aos templos para chamar o novo ano, enquanto em Saitama, ao norte de Tóquio, o boxeador americano Floyd Mayweather venceu o jovem campeão japonês de kickboxing Tenshin Nasukawa em um aguardado combate-espetáculo.

Em Jacarta, mais de 500 casais disseram "sim, aceito" durante um enorme casamento coletivo. Na capital indonésia, como na província de Banten, recentemente atingida por um tsunami, as celebrações foram canceladas em respeito às vítimas.

Em Hong Kong, milhares de pessoas foram para o Victoria Harbour para assistir o show de fogos disparados de cinco balsas.

Horas antes, em Auckland, capital econômica da Nova Zelândia, as 12 badaladas da meia-noite, anunciadas por uma contagem regressiva luminosa projetada na famosa Sky Tower, estiveram marcadas pelos fogos de artifício lançados da parte alta desta torre de televisão.

O ano de 2018 esteve marcado pelo agravamento de muitas crises e pelo surgimento de novas tormentas, entre a ascensão do populismo, a crescente preocupação com o clima, o Brexit e mobilizações como a dos "coletes amarelos" na França.

Os mais otimistas, contudo, podem se lembrar da distensão alcançada na península da Coreia, que havia terminado 2017 sob a ameaça de um apocalipse nuclear.

Essas considerações geopolíticas não impedirão que multidões, de Fiji ao Rio de Janeiro, saiam às ruas para dar as boas-vindas ao Ano Novo.

Em Hong Kong, espera-se que 300.000 pessoas vão às margens do Victoria Harbour para assistir a 10 minutos de fogos de artifício lançados de cinco embarcações.

O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, será iluminado com projeções tridimensionais durante a tradicional festa de fim de ano, que espera reunir mais de dois milhões de pessoas na Praia de Copacabana para receber 2019.

Esta festa incluirá 14 minutos de um espetáculo pirotécnico a partir de meia-noite, apenas algumas horas antes da posse em Brasília do presidente eleito de extrema direita, Jair Bolsonaro.

Os parques de Moscou receberão concertos e shows de luzes, e mais de mil pistas de gelo estarão abertas para celebrar o novo ano na capital russa.

No coração turístico de Paris, as comemorações ocorrerão sob fortes medidas de segurança, com um perímetro em torno da Champs-Élysées, com pontos de revista e controles nos transportes públicos. Junto aos turistas estarão os manifestantes de "coletes amarelos", que prometem "um evento festivo e não violento".

Londres mudará de ano celebrando a sua relação com a Europa em um momento em que os britânicos estão extremamente divididos sobre o Brexit. Os fogos de artifício sobre a London Eye serão acompanhados pelas músicas de artistas da Europa continental.

Entre as notícias que marcaram 2018 esteve a crise política no Reino Unido em torno de sua saída da União Europeia, que continuará a dar manchetes até 29 de março de 2019, data prevista do Brexit.

Em 2019, as capas dos periódicos continuarão sendo dominadas pelo presidente americano, Donald Trump.

O ano de 2018 confirmou a capacidade de Trump de mudar completamente os equilíbrios nas grandes questões geopolíticas, já fora da guerra comercial com a China, a sua saída do acordo nuclear iraniano e a decisão de transferir para Jerusalém a embaixada dos Estados Unidos em Israel.

Mas Trump também foi protagonista de um dos maiores avanços diplomáticos do ano, ao se transformar no primeiro presidente americano a se reunir com um líder norte-coreano, em junho, em Singapura.

Kim Jong-Un surpreendeu o mundo em 1º de janeiro de 2018 quando propôs à Coreia do Sul uma participação de atletas norte-coreanos nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeongchang. Esta semana, Kim prometeu em uma carta que em 2019 se reunirá "muitas vezes" com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, para debater a desnuclearização da península.

A guerra no Iêmen, que provocou a morte de mais de 10.000 pessoas desde 2014 e deixou 20 milhões à beira da fome, poderia dar uma virada crucial em 2019, após o cessar-fogo que entrou em vigor em dezembro.

 

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