Juan Guaidó esteve em Brasília, no fim de fevereiro - Osvaldo Lima/Parceiro/Agência O Dia
Juan Guaidó esteve em Brasília, no fim de fevereiroOsvaldo Lima/Parceiro/Agência O Dia
Por AFP

Caracas - O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, convocou, neste domingo, manifestações em toda a Venezuela na segunda-feira, ao anunciar seu retorno ao país.

Reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, o opositor retorna à Venezuela após ter desobedecido uma ordem judicial que o proibia de deixar o território nacional e visitar vários países latino-americanos.

"Anuncio o meu retorno ao país. Convoco o povo venezuelano a se concentrar, em todo o país, amanhã às 11:00 (12h00 de Brasília)", escreveu Guaidó no Twitter.

O opositor não informou detalhes sobre como pretende retornar à Venezuela nem o momento exato de sua chegada.

Guaidó pediu aos seus seguidores para estarem "atentos às redes oficiais", onde ele irá informar sobre os pontos de concentração. "#VamosBien porque vamos todos. Vamos Venezuela!", ressaltou.

Por volta do meio-dia deste domingo, Guaidó ainda estava no Equador, apesar de sua agenda prever sua partida do país por volta das 14h30 GMT (11h30 de Brasília).

O retorno do Guaidó, que visitou a Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, representa um verdadeiro desafio para o presidente Nicolás Maduro, que deve decidir se vai prendê-lo e provocar uma forte reação internacional ou deixá-lo entrar no país com tranquilidade, minando sua autoridade.

Guaidó deixou a Venezuela inesperadamente há 10 dias para assistir a um mega-concerto na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta e apoiar a entrada de ajuda humanitária.

Depois, aproveitou a oportunidade para visitar os países latino-americanos e reforçar seu apoio.

Maduro disse há poucos dias que Guaidó, chefe do parlamento de maioria opositora, deveria "respeitar a lei" e que, se voltar ao país, "terá que ver a face da justiça".

A Suprema Corte de Justiça (TSJ) e a Procuradoria-Geral, aliadas do governo, abriram investigações contra Guaidó, acusando-o de "usurpação" de funções e determinaram, além do impedimento de saída, o congelamento de seus bens. No entanto, até agora ele não foi formalmente acusado.

Guaidó prometeu retornar à Venezuela, "apesar das ameaças", para continuar com sua estratégia de conseguir um governo de transição e eleições "livres".

Os Estados Unidos e os países do Grupo de Lima (Canadá e 13 países da América Latina) expressaram sua preocupação pela segurança de Guaidó ao retornar ao país.

Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou presidente em 23 de janeiro após o Congresso ter declarado Maduro "usurpador" por ter assumido em 10 de janeiro um segundo mandato que, como grande parte da comunidade internacional, considera ilegítimo e resultado de uma reeleição "fraudulenta".

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