Venezuelano entra em confronto com força de segurança venezuelana - Matias Delacroix / AFP
Venezuelano entra em confronto com força de segurança venezuelanaMatias Delacroix / AFP
Por AFP

Caracas - Um grupo de soldados venezuelanos se revoltou nesta terça-feira contra o presidente Nicolás Maduro e em apoio à oposição de Juan Guaidó, que pediu a todas as Forças Armadas para se juntarem a este movimento que o governo denunciou como um golpe de Estado.

Ainda de madrugada, Guaidó postou um vídeo com um pequeno grupo de homens uniformizados que, segundo ele, foi gravado em La Carlota, a principal base aérea da Venezuela no leste de Caracas.

Venezuelano abraça membro das forças de segurança da Venezuela - Yuri Cortez/ AFP

"Hoje, valentes soldados, valentes patriotas, valentes homens apegados à Constituição, responderam ao nosso chamado, nós também viemos ao chamado, nós definitivamente nos encontramos nas ruas da Venezuela", disse Guaidó na mensagem.

"Foram anos de medo, o medo que hoje é superado. Hoje como presidente encarregado da Venezuela, legítimo comandante-em-chefe das Forças Armadas, peço a todos os soldados (...) que nos acompanhem neste feito no marco da Constituição, dentro da estrutura da luta não violenta ", acrescentou Guaidó.

Venezuelanos correm de bomba de efeito moral durante confronto com Forças de Segurança de Caracas - Yuri Cortez/ AFP

O chefe do parlamento também apareceu junto com o líder oposicionista Leopoldo Lopez, seu copartidário que disse que foi "libertado" da prisão domiciliar pelos militares que apoiam Guaidó.

O opositor Leopoldo Lopez disse que foi 'libertado' da prisão por soldados que apoiavam Guaido. A foto é de julho de 2017, quando foi para prisão domiciliar por razões de saúde - Federico Parra/ AFP

"O chamado é aqui neste momento, na base aérea de La Carota, para acompanhar este processo de cessar definitivo da usurpação de poder", disse o chefe legislativo, que também pediu a seus seguidores que tomem as ruas da Venezuela.

A Colômbia está em contato com os demais membros do Grupo de Lima para convocar uma reunião de emergência, com o objetivo de apoiar o "retorno da democracia na Venezuela".

O presidente colombiano, Iván Duque, também pediu aos militares venezuelanos que se unam a Guaidó.

Venezuelanos se protegem durante confrontos com as forças de segurança em Caracas - Yuri Cortez/ AFP

Tentativa de golpe

O governo venezuelano denunciou o incidente como uma "tentativa de golpe de Estado" e afirmou que a situação está sob controle.

"No momento, estamos enfrentando e desativando um pequeno grupo de militares traidores que se posicionaram em Altamira para promover um golpe de Estado", disse o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez.

Venezuelanos ao lado de membros das forças de segurança em Caracas - Yuri Cortez/ AFP

"Pedimos ao povo que permaneça em alerta máximo para, junto com as gloriosas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, derrotar a tentativa de golpe e preservar a paz", acrescentou Rodríguez.

Venezuelanos se protegem durante confrontos com as forças de segurança em Caracas - Yuri Cortez/ AFP

O líder do chavismo, Diosdado Cabello, convocou nesta terça-feira uma manifestação no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, depois que o opositor Juan Guaidó afirmou ter o apoio de "bravos soldados" contra o líder socialista Nicolás Maduro.

Ativistas protestam em frente à embaixada venezuelana em Washington, nos Estados Unidos, no dia 27 de abril contra o líder da oposição Juan Guaidó - AFP

"Estamos agora mobilizados e convidamos todo o povo de Caracas: venha para Miraflores. Vamos ver o que eles podem fazer contra o nosso povo", disse Cabello, presidente da Assembleia Constituinte no poder, em nota na televisão estatal VTV, chamando a ação de Guaidó de "espetáculo grotesco".

O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, também reportou "normalidade" nos quarteis.

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