Foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza / Foto de Arquivo  - AFP
Foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza / Foto de Arquivo AFP
Por AFP
Gaza - Uma série de ataques contra Israel e bombardeios de represália contra a Faixa de Gaza entre este sábado e domingo (5) deixaram ao menos 23 mortos entre palestinos e israelenses, informaram as autoridades.
Nos ataques israelenses, em resposta ao disparo de 250 foguetes da Faixa de Gaza contra o território israelense, 19 palestinos morreram neste domingo, entre eles uma mulher grávida e dois bebês, segundo o ministério da Saúde palestino. Também morreram seis militantes do Hamas, movimento islamita palestino que controla a Faixa de Gaza.
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Já a polícia e os meios de comunicação do Estado hebraico reportaram quatro mortos em seu território por causa dos bombardeios palestinos. Os alvos dos ataques de represália de Israel incluíram o quartel-general das forças de segurança do enclave palestino, indicou um comunicado do ministério do Interior de Israel. O edifício, que fica na Cidade de Gaza, foi destruído, acrescentou o texto.
Esta explosão ocorreu quando o Hamas, que governa o enclave, reivindica concessões de Israel no âmbito de um frágil cessar-fogo.
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, determinou a continuidade dos "ataques maciços" contra os alvos do Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza.
"Dei a instrução ao Exército de continuar com seus ataques maciços contra elementos terroristas da Faixa de Gaza, e ordenei reforçar as tropas mobilizadas ao redor, com tanques, artilharia e tropas", disse Netanyahu, no início do conselho semanal de ministros.
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Um combatente palestino, apresentado pelo Hamas como um de seus combatentes e considerado por Israel como um intermediário financeiro do dinheiro iraniano, também morreu em um ataque israelense.
Os 250 foguetes palestinos do sábado constituíram a maior salva disparada contra Israel em um único dia nos últimos anos.
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Os palestinos dispararam os projéteis contra localidades do sul e do centro de Israel. Dezenas foram interceptados pela defesa antimísseis, afirmaram as Forças Armadas israelenses, e grande parte caiu em áreas desabitadas, destacou a Polícia.
O Exército israelense disse que seus tanques e aviões atingiram em seu entorno 220 alvos militares em Gaza. A Turquia, por sua vez, criticou uma "agressividade sem limites", após o ataque israelense contra um edifício de vários andares em Gaza que, segundo Ancara, abriga o escritório da agência de notícias turca Anadolu.
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Segundo a Anadolu, o pessoal da agência evacuou o edifício pouco antes do ataque, antecedido de um alerta. Neste contexto, Israel anunciou o fechamento de passagens fronteiriças de Gaza e a proibição da pesca no litoral do enclave.
Segundo uma fonte da Jihad Islâmica, o Egito, que atua como intermediário entre o Hamas e Israel, tenta uma mediação para diminuir a tensão. Em Bruxelas, a União Europeia pediu o "cessar imediato" dos disparos.
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O emissário da ONU encarregado do conflito israelense-palestino, Nickolay Mladenov, exortou a "todas as partes a acalmar a situação e voltar ao entendimento dos últimos meses". Os Estados Unidos, por sua vez, disseram apoiar o "direito" de Israel à "própria defesa". Israel e Hamas se enfrentaram em três guerras desde 2008.
No fim de março, sob os auspícios de Egito e ONU, negociou-se um cessar-fogo, anunciado pelo Hamas, mas nunca confirmado por Israel. Isto permitiu manter uma relativa tranquilidade durante as eleições legislativas israelenses de 9 de abril.
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Mas a situação se degradou esta semana. Voltaram os disparos de foguetes e balões incendiários palestinos, assim como as represálias israelenses.
Três fatores poderiam pressionar Israel a acalmar a situação: as negociações em curso para formar uma coalizão governamental depois da vitória de Netanyahu nas eleições, o concurso musical Eurovision previsto para ser realizado em Tel Aviv em meados de maio, e as comemorações pela criação do Estado de Israel, na quinta-feira.
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Desde março de 2018, os palestinos se manifestam na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel contra o bloqueio ao enclave e pelo retorno dos refugiados que foram expulsos ou tiveram que abandonar suas terras após a criação de Israel em 1948.
Ao menos 276 palestinos morreram desde o início da mobilização, nas manifestações ou nos ataques israelenses como represália. Dois soldados e um civil israelense morreram neste período, devido a estes confrontos entre Gaza e Israel.
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