Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro - AFP
Presidente da Venezuela, Nicolás MaduroAFP
Por AFP
Caracas - O Tribunal Supremo de Justiça venezuelano acusou os Estados Unidos de influenciar a instituição a dar um "golpe de Estado", após o vice-presidente americano, Mike Pence, advertir os magistrados que abriram processo contra sete deputados opositores.
"Os Estados Unidos da América tentam com este ultimato que o poder judicial venezuelano se posicione à margem da democracia e propicie um golpe de Estado", destacou esta terça-feira o tribunal, ligado ao presidente Nicolás Maduro, numa declaração lida pelo presidente do organismo, Maikel Moreno.
Publicidade
Pence acusou a instituição de se transformar numa "ferramenta política" do governo de Nicolás Maduro após o tribunal abrir processo contra sete deputados por delitos como traição à pátria por seu apoio à fracassada tentativa de rebelião militar liderada pelo líder da oposição e autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.
Publicidade
Em Washington, Pence advertiu a corte que se "não regressar a seu mandato constitucional de defender o estado de Direito, os Estados Unidos vão responsabilizar os 25 magistrados por suas ações".
Moreno já foi sancionado e, segundo Washington, teria apoiado em sigilo a rebelião, mas acabou mudando de posição.
Publicidade
"De uma maneira infame e extorsiva, (Pence) propõe aos legítimos e altos administradores da justiça (...) que se coloquem à margem da Constituição (...) com o objetivo de colocar a nação a serviço dos interesses imperiais do governo belicista da Casa Branca", reagiu o tribunal.
"Não cedemos a chantagens, nem nos subordinaremos jamais a um governo estrangeiro", continuou Moreno, que garantiu que o TSJ continuará atuando contra "aqueles que atentem contra a independência, a segurança dos cidadãos, a estabilidade, a paz e a integridade da nação".
Publicidade
Vários deputados da Assembleia Nacional, único órgão em poder da oposição, respaldaram a fracassada tentativa de rebelião de um pequeno grupo de militares no dia 30 de abril, liderada por Guaidó.
Maduro classificou a ação da oposição de "golpe de Estado".