Demonstração do processo de monstagem do vídeo com o quadro de Monalisa  - Reprodução / Youtube
Demonstração do processo de monstagem do vídeo com o quadro de Monalisa Reprodução / Youtube
Por O Dia
Rio - Estátuas não falam, nem se mexem. Mas uma tecnologia desenvolvida pela Samsung, capaz de transformar imagens em vídeos fakes, promete revolucionar a criação de conteúdo na Internet. Pesquisadores do Centro de Inteligência Artificial da multinacional em Moscou e o Instituto de Ciência e Tecnologia de Skolkovo publicaram um estudo que ilustra como o sistema é capaz de criar uma cabeça falante virtual com poucas imagens.
Especialistas do mercado de smartphone anunciaram, no último ano, diversas formas de criar 'deepfakes' vídeos falsos ultrarrealistas feitos por machine learning –, mas o invento da Samsung deve disseminar o acesso à ferramenta. No primeiro trimestre de 2018, a Samsung atingiu 45,6% das vendas de smartphone em todo Brasil. 
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O diferencial da nova tecnologia é a capacidade de demandar poucas fotos para realizar a transição ao vídeo. Até então, era possível fazer um vídeo de alguém através do acesso de um álbum de fotos – como é o caso de figuras públicas. Esse obstáculo indicou às vítimas a necessidade de ter mais cuidado quanto à privacidade. Mas agora, com o novo sistema, é mais fácil e mais rápido fazer um vídeo fake. É possível fazer "modelos de cabeças falantes a partir de algumas imagens", afirmam os pesquisadores no estudo.
O programa consegue rodar com uma única foto de referência. No entanto, ele permite inserir mais imagens – 8 ou 32 – para tornar a representação mais precisa.
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Segundo os pesquisadores, para o "realismo perfeito", o modelo foi treinado com 32 imagens, o que ainda é um número bem pequeno e fácil de coletar nessa era de compartilhamento online excessivo. É difícil não imaginar alguém sendo capaz de coletar essas imagens com uma visita rápida a um perfil no Facebook. Isso mostra como essa tecnologia está se desenvolvendo rápido.
Há alguns exemplos no estudo mostrando modelos de cabeças falantes geradas apenas com uma única imagem, o que mostra como o sistema consegue colocar algo estático em movimento, como o quadro da Mona Lisa. 
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Apesar das vantagens, a tecnologia estimula a manipulação de vídeos. O primeiro caso que gerou foi quando um vídeo do ex-presidente dos EUA, Barack Obama, foi publicado no Youtube, com frases que não foram ditas por ele. O invento ainda permite que golpes sejam aplicados com mais persuasão.