Alberto Fernández, presidente da Argentina - Reprodução/Twitter/Alferdez
Alberto Fernández, presidente da ArgentinaReprodução/Twitter/Alferdez
Por IG - Último Segundo

Apesar de a Casa Rosada ter organizado uma nova e vigorosa campanha eleitoral após o revés sofrido nas eleições primárias de agosto, o presidente Mauricio Macri não conseguiu impedir a vitória de seu principal rival nas eleições realizadas ontem, o candidato da aliança entre peronistas e kirchneristas Alberto Fernández.

Não foi um triunfo esmagador, como esperava a aliança Frente de Todos, mas Fernández e sua companheira de chapa, a senadora e ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), conquistaram, com 93,51%% das mesas de votação apuradas, 47,82% dos votos, contra 40,71% do chefe de Estado. O ex-ministro da Economia, Roberto Lavagna, ficou em terceiro lugar, com 6,15%.

Para vencer a eleição no primeiro turno na Argentina é necessário alcançar 45% ou 40% com pelo menos dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado. Na noite de ontem, o governo esperava que a diferença diminuísse, mas o triunfo de Fernández, segundo analistas, era irreversível.

Com o resultado, a centro-esquerda peronista volta ao poder na Argentina, quatro anos depois da vitória de Macri sobre Cristina, que legou uma crise econômica que se agravou sob o atual presidente, apesar de um pacote de US$ 50 bilhões firmado em 2018 com o Fundo Monetário Internacional .

Pouco depois das 10 da noite, Macri reconheceu a derrota em discurso e disse que já convidou o opositor para uma conversa sobre a situação do país:

— Parabenizo o presidente eleito Alberto Fernández, o convidei para tomar amanhã um café da manhã na Rosada porque deve começar uma transição ordenada, pelo futuro da Argentina.

"Lula livre"

O candidato peronista não deu uma surra no chefe de Estado, como fez nas primárias, quando ficou 17 pontos percentuais acima de Macri. Desde então, o presidente fez uma campanha intensa em todo o país e conseguiu aumentar de forma expressiva os 32% obtidos em agosto, num país mergulhado em profunda recessão.

O macrismo também perdeu o governo da província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país. O novo governador será Axel Kicillof, ex-ministro de Economia do segundo governo de Cristina, que alcançou mais de 50% dos votos. Já na capital foi reeleito o macrista Horacio Rodríguez Larreta.

Numa campanha na qual a crise econômica ocupou um papel central — muito acima de questões como os escândalos de corrupção envolvendo ex-funcionários kirchneristas e até mesmo a ex-presidente e sua família —, Fernández foi uma revelação política com a qual o macrismo não contava.

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