Publicado 25/12/2019 15:25 | Atualizado 25/12/2019 15:27
Paris - Entre duas "marselhesas" entoadas pela orquestra sinfônica, bailarinas vestidas com tutus brancos executam cenas do Lago dos Cisnes na entrada da Ópera de Paris: assim os artistas da instituição protestaram nesta terça-feira contra a reforma da previdência na França.
A poucas horas do Natal e sob um céu cinzento em Paris, cerca de quarenta bailarinas do balé da Ópera ofereceram um mini-espetáculo improvisado diante de cartazes com a mensagem "Ópera de Paris, greve" e "A cultura está em perigo", sob os aplausos dos curiosos.
A poucas horas do Natal e sob um céu cinzento em Paris, cerca de quarenta bailarinas do balé da Ópera ofereceram um mini-espetáculo improvisado diante de cartazes com a mensagem "Ópera de Paris, greve" e "A cultura está em perigo", sob os aplausos dos curiosos.
"Embora estejamos em greve, quisemos oferecer pelo 24 de dezembro um momento de graça", declarou à imprensa o bailarino Alexandre Carniato. "Apesar de um tempo extremamente frio, as meninas quiseram se somar ao desafio dos músicos e acompanhá-los", acrescentou.
A Ópera está em greve há 15 dias, o que levou ao cancelamento de vários espetáculos.
"O conjunto da Ópera está afetado" pela reforma da previdência, explica por sua vez à AFP Eloise Jocqueviel, de 23 anos, bailarina de balé que participou do espetáculo. "Nossa arte está em risco", adverte.
As bailarinas escolheram o ato 4 do Lago dos Cisnes, "um dos balés mais difíceis", e o interpretaram "sobre o mármore em pleno frio".
A Ópera e a Comédie Française são as únicas instituições culturais afetadas pelo plano de reforma dos sistemas previdenciários franceses, cujo objetivo é unificar em somente um regime universal os mais de 40 regimes especiais em função das características laborais.
Os bailarinos do balé, por exemplo, podem se aposentar aos 42 anos graças ao regime da Ópera, um dos mais antigos da França e que se remonta a 1698, sob o reinado de Luís XIV.
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