John Bolton reuniu-se com o presidente Jair Bolsonaro em novembro de 2018, quando era assessor de Segurança Nacional dos Estados UnidosReprodução/ Twitter
Por AFP
Publicado 29/01/2020 15:57 | Atualizado 29/01/2020 16:01
Washington - A Casa Branca proibiu, nesta quarta-feira, a publicação do livro do ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton por conter informações confidenciais. A proibição acontece no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou ataques contra seu ex-conselheiro. O livro, previsto para ser lançado em breve, poderá prejudicar sua defesa no processo de impeachment.

Segundo trechos publicados na imprensa americana, o livro de Bolton diz que o presidente queria congelar a ajuda militar à Ucrânia até que Kiev abrisse uma investigação sobre Joe Biden, um dos democratas favoritos para disputar a reeleição com Trump em novembro.

Os democratas querem que Bolton testemunhe no julgamento em curso no Senado contra Trump, pelas acusações de abuso de poder e de obstrução do Congresso, e há crescentes indícios de que um número suficiente de senadores republicanos poderá apoiar este pedido.

Em um tuíte na madrugada, Trump voltou a atacar Bolton, demitido por ele em setembro, afirmando que o ex-conselheiro lhe "implorou" para ter este trabalho, mas que cometeu "muitos erros de julgamento".

"Foi demitido porque, francamente, se eu o escutasse, já estaríamos na Sexta Guerra Mundial, e sai e IMEDIATAMENTE escreve um livro desagradável e falso. Tudo confidencial de Segurança Nacional", tuitou o presidente, minimizando o que Bolton tem para contar.

Convocar Bolton e outras testemunhas para depor, pode prolongar o julgamento político de Trump, assim como os esforços da Casa Branca para concluir os procedimentos esta semana com a absolvição do presidente.

O ex-chefe de gabinete da Casa Branca de Trump, general reformado John Kelly, lançou dúvidas ontem sobre a conduta de Trump.

"Se John Bolton disse isso no livro, acredito em John Bolton", afirmou Kelly.