Emmanuel Macron, presidente da França - AFP
Emmanuel Macron, presidente da FrançaAFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Paris - A França vai sofrer um "empobrecimento geral" devido à pandemia do novo coronavírus, declarou o primeiro-ministro francês nesta quinta-feira.

"Quando a crise da saúde acabar... nosso país responderá à crise econômica e ao empobrecimento geral que está por vir", disse Edouard Philippe em entrevista na televisão.

A crise levou ao desaparecimento de quase meio milhão de empregos e uma contração de dois terços da atividade econômica.

400.000 empresas abertas
Quase paralisada por dois meses, a economia será parcialmente reativada na segunda-feira, com a reabertura de 400.000 empresas, incluindo 77.000 cabeleireiros, 33.000 lojas de roupas, 15.000 floriculturas e 3.300 livrarias, detalhou o chefe do governo.

Da mesma forma, os franceses poderão voltar às ruas livremente, sem ter que justificar, mas sem afastar-se mais de 100 quilômetros de casa. Além disso, 1 milhão de crianças do jardim de infância e da escola primária poderão retornar às salas de aula.

Edouard Philippe ressaltou que, na ausência de uma vacina, os franceses terão que aprender a "viver" o vírus e que será preciso encontrar um "equilíbrio indispensável" entre "a reativação econômica e o respeito às precauções".

A decisão pela nova fase foi tomada após uma redução constante no número diário de óbitos e de pacientes em terapia intensiva.

Maiores restrições em Paris
Quatro regiões, incluindo Paris e arredores, mantêm a classificação vermelha, onde a circulação do vírus ainda é alta e as medidas de desconfinamento mais rigorosas.

"O país está dividido em dois", dependendo da situação sanitária, explicou Philippe. A situação é muito menos grave no oeste e no sul do país, classificado em verde, do que em Paris, no norte e no leste.

Nesssas regiões "vermelhas", crianças acima de 11 anos não retornarão à escola na próxima semana, os parques serão fechados e "regras muito estritas" serão impostas ao transporte durante o mês de maio.

O governo descartou obrigar idosos e vulneráveis a ficarem em casa, mesmo nas áreas mais críticas, mas as autoridades recomendam essa medida para sua própria segurança.

Independentemente da área, restaurantes, cafés, bares e cinemas em todo o país ficarão fechados pelo menos até junho.

"O desconfinamento progressivo não significa que devemos ser menos vigilantes", disse Philippe, que não descarta voltar a confinar os 67 milhões de franceses no caso de novas infecções serem desencadeadas.